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Bem-estar

Médica do ES explica impacto emocional do câncer infantojuvenil

Especialista afirma que o apoio da família é fundamental para não afetar o bem-estar e a qualidade de vida da criança ou adolescente

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No próximo dia 23 de novembro é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil. Foto: Divulgação

Receber um diagnóstico de câncer não é fácil para ninguém. Quando se é criança ou adolescente, o cuidado com o impacto emocional dessa nova realidade deve ser ainda maior. O alerta é da médica radioterapeuta Lorraine Juri, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV).

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De acordo com a especialista, tão importante quanto o tratamento do tumor em si é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente que estão doentes devem receber atenção integral no seu contexto familiar.

“A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Neste sentido, deve ser dado e psicossocial ao paciente e aos seus familiares desde o início do tratamento”, destaca a médica.

No próximo dia 23 de novembro é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, que tem o propósito de estimular a conscientização e a prevenção da doença.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer é a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. A estimativa é que mais de 8,4 mil casos de tumores infantojuvenis devem ser diagnosticados este ano no Brasil.

Lesões mais frequentes

Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).

Lorraine Juri explica que o câncer em adultos, na maioria dos casos, está relacionado a fatores de risco do meio ambiente, como fumar ou beber, por exemplo, o que não acontece com crianças e adolescentes.

“Na criança, o câncer é formado por uma célula que não amadureceu como deveria e começou a se multiplicar de forma desordenada”, diz a especialista.

Segundo a médica, a dificuldade no diagnóstico precoce ocorre porque muitos dos sintomas de tumor infantojuvenil se assemelham aos de outras doenças, o que pode atrasar o início do tratamento. Quando descoberto cedo, as chances de cura chegam a 80%.

A radioterapeuta orienta que os pais observem se a criança está mais quietinha, não quer comer mais, se sente mais sonolenta, apresenta febre de repetição sem nenhum foco aparente, possui hematomas ou tem algum aumento de volume abdominal.

“A manifestação clínica dos tumores infantojuvenis pode não diferir muito de doenças benignas (sem maior gravidade) comuns nessa faixa etária. Muitas vezes, a criança e o jovem estão em condições razoáveis de saúde no início do adoecimento. Por esse motivo, o conhecimento do médico sobre a possibilidade de ser câncer é fundamental”, afirma.

Como é o tratamento

Câncer infantojuvenil pode ser tratado com cirurgia, quimioterapia e também com radioterapia, que segue protocolos pré-estabelecidos, conforme explica Lorraine Juri:

“Há sempre a preocupação com indução de cânceres secundários e sequelas relacionadas à exposição precoce à radiação. Por isso, é importante que, pela sua complexidade, o tratamento deva ser feito em centro especializado, sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença”.

Sintomas do câncer infantojuvenil

• Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna mais sujeita a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas.

• No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar por meio de fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) ou estrabismo (olhar vesgo). Acomete crianças antes dos três anos.

• Aumento do volume e/ou surgimento de massa no abdômen podem ser sintomas de tumor de Wilms (que afeta os rins) ou neuroblastoma.

• Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, visível ou não, e causar dor nos membros. Esse sintoma é frequente, por exemplo, no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes.

• Tumor de sistema nervoso central tem como sintomas dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.