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Bem-estar

Covid: as mais avançadas vacinas em desenvolvimento no mundo

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Sputnik V, vacina russa contra covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya. Foto: Fundo de Investimento Direto da Rússia

Vacina contra a covid-19. Foto: Fundo de Investimento Direto da Rússia

 

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ados oito meses desde a declaração da pandemia, as empresas farmacêuticas avançam para as etapas finais de desenvolvimento de uma vacina que  neutralize a covid-19. Atualmente, o imunizante na fase mais avançada de desenvolvimento (a terceira etapa) é o desenvolvido pelas empresas BioNTech/Pfizer, que já apresentou resultados ampliados da fase 3 em escala global, que elevaram a comprovação da eficácia de sua vacina contra covid-19 de 90% para 95%.

O convênio BioNTech/Pfizer apresentou nesta quarta-feira (19) novos resultados envolvendo mais de 43 mil voluntários. Desses, 170 contraíram o coronavírus, sendo que 162 receberam placebo, informaram os laboratórios. Apenas 8 dos que receberam as duas doses da vacina desenvolveram a doença e um ficou em estado grave. Nove voluntários do grupo placebo também desenvolveram a forma severa de covid-19.

Na prática, a vacina da alemã BioNTech e a americana Pfizer dependem apenas da aprovação de emergência para o uso da vacina na FDA e também na EMA, as agências reguladoras de medicamentos dos Estados Unidos e da Europa, respectivamente, para começar a ser distribuída. A vacina da Pfizer, no entanto, exige uma estrutura para distribuição sofisticada, porque tem de ser mantida em baixíssima temperatura  (não basta, por exemplo, o uso de freezer comum). A Pfizer ainda não tem nenhum contrato fechado com governos brasileiros para fornecimento da vacina.

Na última segunda-feira (16), a farmacêutica Moderna afirmou que sua vacina contra a covid-19 obteve 94,5% de eficácia na fase 3, o que também a deixou bem posicionada no caminho para o registro da fórmula. Nenhum participante que recebeu a vacina desenvolveu a forma grave da doença. Onze participantes no grupo placebo tiveram sintomas graves. A vacina da Moderna teve quase a mesma eficácia entre voluntários com mais de 65 anos. Esse grupo não costuma responder tão bem à imunização e é mais suscetível a desenvolver a doença. Assim como ocorre com a Pfizer, a Moderna também não tem contatos e nem contratos com representantes no Brasil.

Além dessas duas vacinas, o grupo ligado ao governo russo apontou que o imunizante Sputinik V já alcançou eficácia de 92% em estudos preliminares da fase 3. A etapa 3, quando a candidata à vacina é testada em pessoas que terão contato com o vírus em sua vida cotidiana, é definidora para o processo de registro. Porém, é preciso esperar o estudo evoluir um pouco mais para que essa taxa seja consolidada. No Brasil, o governo do Paraná já anunciou a possibilidade de trazer para o Brasil a vacina russa.

Também na fase 3 também está a Coronavac, desenvolvida em conjunto por sete instituições, com destaque para a parceria entre a empresa chinesa Sinovac Biotech e o Instituto Butantan, de São Paulo, que espera completar o número mínimo de eventos (voluntários infectados com a covid-19) para calcular sua taxa de eficácia, como aconteceu recentemente com Pfizer/BioNTech e Moderna.

A Coronavac foi destaque nas manchetes da semana ada, após a paralisação dos testes clínicos no Brasil por causa da morte de um voluntário. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Butantan trocaram farpas numa série de notas e entrevistas coletivas. ados alguns dias da disputa, tudo acabou esclarecido (o óbito nada teve a ver com a vacina) e o estudo foi retomado normalmente.

A AZD1222, desenvolvida pela Universidade de Oxford e AstraZeneca é a candidata que está caminhando bem nos ensaios clínicos: as informações completas do estudo de fase 2 foram publicados nesta quinta-feira (19/11) na revista científica The Lancet e confirmam que o imunizante é seguro e não provoca efeitos colaterais graves, inclusive nos mais velhos. Outro destaque está no fato de que a aplicação das doses suscitou a produção de anticorpos, o que é um ótimo sinal.

Os acordos mais avançados para compra de vacinas internacionais no Brasil são o da vacina de Oxford (em parceria com a Astrazeneca), e da Sinovac Biotech, inicialmente pelo governo de São Paulo. As duas vacinas que estão mais perto dos brasileiros – com distribuição prevista pelo SUS – ainda não apresentaram resultados da fase 3, apesar de estarem sendo istradas em um grande número de pessoas.

A vacina de Oxford – uma das mais promissoras do mundo – pretende entregar essas informações até dezembro na Inglaterra, o que facilitaria também seu registro por aqui. Já a Coronavac, de acordo com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentará resultados até dezembro à Anvisa.

Tanto uma quanto a outra já deram início aos trâmites burocráticos na Anvisa. Na semana ada, um time de técnicos da agência reguladora embarcou para a China a fim de verificar como são as fábricas onde serão produzidos os imunizantes.