País
Esplanada fecha novamente para evitar aglomeração e atos antidemocráticos
Ato decretado pelo governador do DF vale por dois dias e proíbe o trânsito de veículos e pedestres na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Vista aérea da Esplanada dos Ministérios em Brasília, localizada no Eixo Monumental, via que corta o Plano Piloto no sentido leste-oeste. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decidiu fechar novamente a Esplanada dos Ministérios por ameaças de aglomeração de grupos antidemocráticos, como ocorreu no fim de semana, além de ameaças de ativistas bolsonaristas dirigidas à Cúria Metropolitana de Brasília, instituição da Igreja Católica que fica na Catedral Nossa Senhora Aparecida e é comandada pelo bispo Dom Marcony Ferreira.
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A determinação de Ibaneis consta de decreto distrital publicado nesta terça-feira (16). O ato proíbe o trânsito de veículos e pedestres na Esplanada dos Ministérios, desde a rodoviária até a Praça dos Três Poderes, desta terça até quarta-feira (17). A circulação no local só será permitida para autoridades e servidores públicos federais devidamente identificados e que estejam em serviço. O Detran e o DER locais irão cuidar da organização e fiscalização do trânsito e os órgãos de Segurança Pública, da fiscalização na Esplanada.
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“O descumprimento das medidas previstas neste decreto pode acarretar pena de multa, e demais sanções istrativas e penais, nos termos previstos em lei”, cita o texto. “Sem prejuízo de outras sanções, a inobservância deste decreto pode acarretar a incidência do crime de infração de medida sanitária preventiva de que trata o art. 268 do Código Penal”, acrescenta
Para determinar o novo isolamento da Esplanada, o decreto lista uma série de motivos que levaram à decisão do governador: as aglomerações verificadas nos últimos dias na Esplanada dos Ministérios, que contrariam as medidas sanitárias de combate ao novo coronavírus; as ameaças declaradas por alguns dos manifestantes aos Poderes constituídos; as ameaças dirigidas à Cúria Metropolitana de Brasília; e a ameaça de manifestações com conteúdos anticonstitucionais.
No último domingo (14), Ibaneis também decretou o fechamento da Esplanada. A decisão foi tomada depois que a Polícia Militar desmontou, no sábado (13), um acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro instalado desde maio no local. Nessas manifestações, grupos antidemocráticos já tentaram invadir o Congresso Nacional e atacaram o Supremo Tribunal Federal com fogos de artifício.
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Nesta terça-feira, grupos bolsonaristas estariam se organizando para mais um manifestação. Desta vez seria em resposta à Operação Lume da Polícia Federal, que de manhã saiu às ruas cumprir 21 mandados de busca e apreensão em cinco Estados e no Distrito Federal no âmbito do inquérito sobre a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. Entre os alvos da ação estão o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), o blogueiro Allan dos Santos, o empresário e advogado Luís Felipe Belmonte, principal operador político do Aliança pelo Brasil, e o publicitário Sérgio Lima, marqueteiro do partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar. A ofensiva tem como alvo ainda youtubers bolsonaristas. Ontem, a extremista Sara Fernanda Giromini foi presa. Ela é uma das líderes do movimento chamado ‘300 pelo Brasil’, responsável pelo acampamento desmobilizado no sábado pela PM do DF.
Como fez no domingo, Ibaneis também cita no novo decreto “que a situação demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, a fim de evitar uma maior proliferação da doença no Distrito Federal”.
Estadão Conteúdo
