Política
Erick Musso é reeleito presidente da Assembleia Legislativa por antecipação
O pleito foi antecipado devido a aprovação de uma emenda constitucional e o atual presidente manterá o posto no biênio 2021-2023

Deputado Erick Musso, presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Foto: Lissa de Paula / Ales
Em uma sessão marcada por surpresas e polêmicas, a Ales (Assembleia Legislativa) reelegeu, nesta quarta-feira (27), o atual presidente da casa, Erick Musso (Republicanos) para o biênio 2021-2023. A eleição deveria ser realizada somente em 1º de fevereiro de 2021, mas foi antecipada graças à aprovação de uma emenda constitucional na última segunda-feira (25). A emenda definiu que a eleição pode ocorrer em data e horário previamente designadas pelo presidente, não mais fixando o dia 1º de fevereiro do 1º e 3º anos de cada legislatura para o pleito.
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A sessão preparatória para a eleição foi anunciada de forma inesperada ontem pela manhã, durante a sessão ordinária, e as chapas tiveram poucos minutos para se apresentarem. Somente uma chapa — encabeçada pelo atual presidente — se inscreveu. Na formação da futura mesa diretora também estão: Marcelo Santos (PDT) como 1° vice-presidente; Torino Marques (PSL), 2° vice-presidente; Adilson Espindula (PTB), 1° secretário; Freitas (PSB), 2° secretário; Marcos Garcia (PV), 3° secretário; e Janete de Sá (PMN), 4° secretário.
O grupo foi eleito com 24 votos. Cinco deputados votaram contra: Fabrício Gandini (Cidadania), Iriny Lopes (PT), Luciano Machado (PV), Dary Pagung (PSB) e Sergio Majeski (PSB). O deputado Theodorico Ferraço (DEM) não votou.
Surpresos com a convocação repentina da eleição, alguns deputados tentaram argumentar e pedir o adiamento. “Tomados pelo absurdo que estava acontecendo, como alguém poderia articular outra chapa para se inscrever em cinco minutos? Só quem estava articulando esse absurdo sabia o que seria feito. Boa parte dos deputados jamais poderia imaginar que hoje (ontem) haveria eleição da mesa”, diz Majeski.
“Velha política”
Durante seu voto, o deputado classificou a votação como uma “armação sórdida, rasteira, pequena e antidemocrática”. Para Majeski, o único objetivo da medida é garantir a permanência do mesmo grupo no poder. “Erick nunca representou a nova política. Ele só é novo na idade. Sempre teve as atitudes mais encardidas da política e agora a máscara caiu. Não há nada mais velho na política que usar o poder para se manter no poder”, afirmou.
Se a votação fosse realizada em 2021, como previsto, a configuração da Casa poderia ser outra, já que parte dos deputados pretende se candidatar a prefeito nas eleições do próximo ano. Caso sejam eleitos, os suplentes assumem.
Discurso
Com a reeleição, Musso garante a permanência à frente da Casa por pelo menos seis anos, de 2017 a 2023. O presidente não quis dar entrevista, mas em discurso após a eleição garantiu apoio ao governo do estado e falou sobre humildade. “Uma eleição interna corporis (resolvida internamente) não é de confronto ou afronta ao Palácio Anchieta. É uma decisão interna que os deputados tomaram para que possam seguir tranquilos os seus próximos três anos de mandato”, justificou.
Já ao final do discurso, também afirmou: “Um jovem de 32 anos de idade chegar à presidência da assembleia pela terceira vez é motivo de orgulho, mas que tem que me dar muita humildade. A humildade leva o ser humano a lugares inimagináveis”.
