Não é sobre amor

Não é sobre amor. Foto: Freepik

Estou aqui, imersa em um casamento que nasceu de um flerte casual, despretensioso, fruto da apresentação de um amigo.

“Acho que vocês combinam, que tal se conhecerem?” Ele disse, e assim foi o começo de nossa história.

Nosso primeiro encontro aconteceu em uma festa, em um belíssimo dia dois de fevereiro, durante a celebração de Iemanjá, dia de Odoya! Confesso que a timidez tomou conta e parti antes do final, inventando a desculpa de um trabalho na manhã seguinte, que não era mentira, mas a verdade era que a vergonha me fez sair à sa.

Apesar desse início tímido, entramos em um namoro que começou com delicadeza, mas eu ainda flertava com outras pessoas, sem compromisso ou preocupações.

Contudo, ao final daquele mesmo ano, uma crise abalou o relacionamento e de repente nos vimos no caminho do casamento, que se realizaria nos primeiros dias do ano seguinte. Carreguei comigo uma pequena bagagem que, mais tarde, se tornaria muito maior do que poderia imaginar.

Como tantos casamentos, o início foi repleto de prazer e alegria, apenas o pensamento de estar junto me causava uma sensação de borboletas no estômago. Mas essa fase feliz foi efêmera, mais curta do que qualquer um poderia imaginar.

E então, veio o primeiro tapa. Acreditei que seria apenas um deslize, que ele mudaria. Mas logo em seguida, veio um soco. O pensamento continuava o mesmo, ele irá mudar, é apenas uma fase.

Contudo, cada insatisfação, por menor que fosse, resultava em mais agressões. A realidade se tornava cada dia mais sombria e estava diante de mim, e meus pensamentos oscilavam entre a esperança e o medo.

E agora, aqui estou eu, refletindo sobre meu futuro. O que devo fazer? Permanecer nesse casamento que se tornou repleto de dor, ou reunir coragem para partir e recomeçar minha vida do zero?

A resposta é incerta, mas sei que a decisão não é minha, mas é somente minha.

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