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Parto no Hospital Evangélico de Vila Velha surpreende médico
Na madrugada do último domingo, às 2h30, a equipe foi surpreendida por uma gestante que deu entrada aos gritos em trabalho de parto

Recém-nascido no Hospital Evangélico de Vila Velha. Foto: Arquivo Pessoal
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Era para ser um plantão tranquilo no Hospital Evangélico de Vila Velha. Mas na madrugada do último domingo, às 2h30, a equipe foi surpreendida por uma gestante que deu entrada aos gritos em trabalho de parto. Referência em cardiologia e oncologia, a unidade está longe de ser maternidade, mas serve de apoio para eventuais gestantes que não têm tempo para se dirigir para outras regiões.
O cardiologista Rhuam Carlos R. Castello descansava quando ouviu os gritos vindos da recepção. “De duas uma: ou era uma pessoa infartando ou um baleado – por a unidade estar em uma região conturbada. Acordou todo mundo. Fomos olhar e era uma gestante que estava dando à luz. A adrenalina subiu. Ninguém estava preparado para isto naquela noite. Mas a equipe inteira se mobilizou”, conta.
A equipe conduziu o parto e a criança nasceu: um menino! Mas a alegria foi interrompida logo em seguida. Nos seus primeiros momentos, a criança já iniciava uma luta pela vida. Além de ser um parto prematuro – bebê de cerca de 1 a 2kg -, o recém-nascido havia aspirado líquido amniótico e não respirava direito, levando a um colapso respiratório e, logo em seguida, a uma parada cardiorrespiratória.
Os dois médicos, junto às 10 enfermeiras, se sensibilizaram com a situação e se mobilizaram para salvar a vida do menino que acabara de vir ao mundo. Mesmo sem equipamentos para intubar um recém-nascido, graças aos esforços de toda a equipe a criança foi reanimada e foi feita ventilação com ambu, uma espécie de ventilador manual. Por volta das 2h50, o retorno do pequeno foi comemorado como final de Copa do Mundo.
“Naquele momento, nós achamos que fizemos milagre. Não tínhamos estrutura para salvar aquela criança. Todos os ventiladores estavam sendo usados para pacientes com covid-19. Mas conseguimos achar um ambu e ventilá-lo. O coração, que na hora do nascimento batia na faixa de 30 por minuto, ou para 140. Fizemos tudo que podíamos de melhor para a criança”, conta o cardiologista Castello.
O médico lembra ainda que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que chegou por volta das 5 horas. “Nós não tínhamos condições de manter aquela criança e cuidar dela no estado que ela estava. Nós fizemos tudo que estava ao nosso alcance. O Samu chegou para salvar a pátria. Eles mandaram uma ambulância para o bebê e, em seguida, uma para fazer a remoção da mãe para a mesma unidade que o menino foi encaminhado: O Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba)”, detalha.
