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Índia libera exportação da vacina de Oxford para Brasil; envio começará amanhã
Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que as doses devem chegar nesta sexta-feira, no fim da tarde
O governo da Índia liberou a exportação comercial de vacinas contra a covid-19. As primeiras remessas de doses serão enviadas para o Brasil e Marrocos nesta sexta-feira, 22, segundo declaração do secretário de Relações Exteriores do País à agência Reuters. O governo brasileiro aguarda o recebimento de 2 milhões de doses.
As doses são do imunizante contra o coronavírus desenvolvido pela Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca e foram fabricadas no Instituto Serum da Índia, o maior produtor de vacinas do mundo e que recebe pedidos de diversos continentes.
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Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que as doses devem chegar nesta sexta-feira, no fim da tarde. “A carga vinda da Índia será transportada em voo comercial da companhia Emirates ao aeroporto de Guarulhos e, após os trâmites alfandegários, seguirá em aeronave da Azul para o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de janeiro”, apontou.
O governo indiano havia suspendido a exportação de doses até iniciar a campanha de imunização dentro do país, o que ocorreu no último fim de semana. Logo depois, ele enviou vacinas para países vizinhos, como Butão, Maldivas, Bangladesh, Nepal, Mianmar e o arquipélago de Seicheles.
O secretário de Relações Exteriores do País, Harsh Vardhan Shringla, afirmou que a distribuição comercial do imunizante começará a partir desta sexta-feira, de acordo com o compromisso do primeiro-ministro do País, Narendra Modi, de que a capacidade de produção indiana serviria à toda humanidade para combater a pandemia.
“Eu sigo com essa visão. Nós respondemos positivamente aos pedidos por fornecimento de vacinas feitas na Índia de países de todo o mundo, começando pelos nossos vizinhos”, disse à Reuters. “O fornecimento de quantidades comercialmente contratadas começará a partir de amanhã, começando pelo Brasil e Marrocos, que serão seguidos pela África do Sul e a Arábia Saudita.”
O governo brasileiro aguarda o envio de 2 milhões de doses de vacinas adquiridas pela Fiocruz. Na semana ada, um avião chegou a ser enviado para buscar o material, mas parou em Recife antes de cruzar o Atlântico, diante da falta de confirmação por parte do governo indiano que o produto seria fornecido.
O Brasil também espera o envio de insumos da China para produzir a vacina no País, que está atrasado.Segundo a embaixa chinesa, serão feitos os”máximos esforços” para conseguir avanços no envio “sob a premissa de garantir saúde e segurança”. A matéria-prima é necessária para a produção das vacinas da Fiocruz e do Instituto Butantan.
Com o atraso, a Fiocruz adiou de fevereiro para março a previsão de entrega das primeiras doses da vacina Oxford/AstraZeneca que serão produzidas no Brasil.A mudança deve dificultar ainda mais a execução do plano nacional de imunização contra a covid-19, que já sofre com incertezas quanto à importação dos insumos para a produção da Coronavac.
Na quarta-feira, o Butantan afirmou ter praticamente esgotado a quantidade de insumos para fabricar a vacina Coronavac no Brasil. O órgão ligado ao governo paulista distribuiu o 1º lote, com seis milhões de doses, para começar a imunização no País. Além disso, tem condições de entregar mais 4,8 milhões de unidades. Depois, depende da matéria-prima chinesa para garantir novas remessas.
