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Cidade do Rio fala em custo maior por leito e fecha último hospital de campanha

Unidade do Riocentro chegou a ter 500 leitos, 100 deles de UTI; ideia é aproveitar melhor a rede pública já disponível

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RIO – A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nessa terça-feira, 5, o encerramento das atividades no Hospital de Campanha do Riocentro, na zona oeste da cidade. Era a última instalação provisória para atendimento exclusivo de pacientes de covid-19 que ainda estava em funcionamento. Todos os pacientes já foram transferidos para outras unidades. Equipamentos e profissionais de saúde vão ser direcionados para outros centros de atendimento.

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Hospital do Riocentro chegou a ter 500 leitos, mas município decidiu fechá-lo apesar do repique da pandemia. Foto: Prefeitura do Rio

Hospital do Riocentro chegou a ter 500 leitos, mas município decidiu fechá-lo apesar do repique da pandemia. Foto: Prefeitura do Rio

O município criou o hospital do Riocentro, que chegou a ter 500 leitos (100 deles de UTI), mas decidiu fechá-lo, apesar do repique da pandemia. A secretaria explicou que a decisão segue parecer de especialistas. Eles aconselham a reabertura de leitos inativos na própria rede pública, em hospitais de referência, o que trará uma significativa redução de custos.

Em coletiva ontem, a secretaria confirmou a abertura de 343 novos leitos para a covid-19- 193 deles na rede pública e 150 na rede privada – conforme já publicado no Diário Oficial. Segundo a pasta, já foram abertos 80 leitos no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla e outros 20 no Hospital Municipal Souza Aguiar.

“A estimativa é que sejam economizados R$ 250 mil por dia com a abertura dos leitos no Ronaldo Gazolla”, informou a secretaria. A pasta informou ainda que “a diária do hospital de campanha do Riocentro custa em torno de R$ 12,5 mil, bem acima da média até mesmo de hospitais particulares”.

A taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede SUS no município (incluindo vagas em unidades municipais, estaduais e federais) é atualmente de 91%.

Segundo o secretario estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, e o secretário municipal, Daniel Soranz, a regulação dos leitos do SUS para covid em todo o Estado será unificada já a partir da semana que vem. Segundo a secretaria estadual de Saúde, mais de 900 leitos foram abertos desde novembro.

Em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés (PSL) disse que o investimento será direcionado para os hospitais próprios e filantrópicos catarinenses. No fim de semana, todas as regiões do Estado estavam com mais de 85% de ocupação da rede hospitalar para a covid-19.

Governo foi alvo de denúncia

No início da pandemia, o governo estadual anunciou nove hospitais de campanha exclusivamente para o atendimento de pacientes com diagnóstico de covid-19. Só entregou cinco, mas todos já foram fechados. Um deles ficava na capital, no Estádio do Maracanã (zona norte), e os demais nos municípios de São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Nova Friburgo. Leitos instalados em São Gonçalo atenderam apenas 37 pessoas antes de serem desativados.

As estruturas chegam a ser alvo de disputa judicial em julho, quando o Judiciário determinou que dois hospitais continuassem funcionando, com recebimento de pacientes com covid-19.

Gastos com essas estruturas estão sob suspeita e investigação. O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), responde a processos na Assembleia Legislativa e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), por supostos crimes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou em 15 de dezembro o governador afastado do Rio, o presidente do PSC, Pastor Everaldo, o ex-secretário de saúde do Rio Edmar Santos e outros dez empresários e advogados suspeitos de participação em esquema de propinas na Saúde fluminense. A PGR cobra o pagamento de R$ 106,7 milhões.