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Protestos se espalham pelos EUA; 25 cidades em 16 estados impõem toque de recolher

Manifestantes continuam nas ruas por causa da morte de George Floyd, vítima de violência policial; Guarda Nacional também foi acionada; há protestos também em outros países

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Os protestos contra a morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos asfixiado até a morte pelo policial Derek Chauvin em Minneapolis, na segunda-feira, 25, seguem se espalhando pelos Estados Unidos. Pelo menos 25 cidades de 16 estados do país, como Atlanta, onde os protestos ficaram especialmente violentos, impam toque de recolher. Além disso, a Guarda Nacional também foi ativada em cerca de 12 estados e no Distrito de Columbia. Todas as estradas intermunicipais e interestaduais que levam à cidade de Minneapolis foram interditadas.

Desde o início da semana, os Estados Unidos registram manifestações, mas em diversas cidades americanas, de Nova York, Los Angeles a Chicago, os atos se intensificaram na sexta-feira, 29, com viaturas policiais queimadas, ruas bloqueadas, prédios em chamas, lojas saqueadas e uma constante ‘troca’ de coquetéis molotovs, balas de borracha ou gás entre manifestantes e policiais.

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No sábado, 30, centenas de pessoas participaram de protestos. Os atos violentos deixaram duas pessoas mortas – um homem, de 19 anos, em Detroit, e um policial em Oakland – , entre a noite de sexta-feira, 29, e a manhã deste sábado. Dezenas de pessoas estão feridas, incluindo policiais e jornalistas, e centenas foram detidas.

O candidato democrata à presidência, Joe Biden, condenou a violência dos protestos contra a repressão policial, mas disse que os americanos têm o direito de se manifestar. “Protestar contra essa brutalidade é correto e necessário. É uma resposta totalmente americana”, disse Biden em comunicado. “Mas queimar propriedades da comunidade e destruí-las desnecessariamente não é. A violência que põe em risco vidas não é. A violência que destrói e fecha os negócios que servem a comunidade não é”, acrescentou o candidato.

Estado de emergência

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, declarou estado de emergência no condado de Los Angeles após receber um pedido da cidade e do condado para enviar membros da Guarda Nacional para ajudar a dispersar os protestos. Em Ferguson, no estado de Missouri, o departamento de polícia da cidade foi danificado e evacuado segundo um tweet do Departamento de Polícia do Condado de St. Louis. Protestantes jogaram fogos de artifício, tijolos, pedras e garrafas contra policiais.

Diversas países do mundo como Japão, Canadá e Alemanha também se juntaram aos protestos nos Estados Unidos contra a morte de George Floyd. Em Berlim, na Alemanha, manifestantes se reuniram em frente à embaixada dos Estados Unidos no Portão de Brandemburg.

Asfixia durou oito minutos
Floyd foi morto durante uma abordagem policial em Minneapolis na segunda-feira ada. O policial Derek Chauvin foi acusado formalmente na sexta-feira por assassinato em terceiro grau e morte imprudente. O agente aparece em um vídeo ajoelhando sobre o pescoço de Floyd durante oito minutos, enquanto a vítima grita: “Não consigo respirar!”, até perder a consciência.

Floyd era considerado suspeito pela polícia de utilizar uma nota falsa de US$ 20 em um supermercado da região. Segundo a legislação do Estado de Minnesota, o assassinato de terceiro grau é aquele em que a morte é causada de maneira não intencional, por um ato eminentemente perigoso. A pena para o crime é de até 25 anos de prisão.

No sábado, a esposa de Derek Chauvin, Kellie Chauvin, anunciou que vai se separar do policial. Em nota divulgada à imprensa, ela disse estar ‘devastada’ com o caso.

Outros casos
Em 2012, o adolescente Trayvon Martin, de 17 anos, que estava desarmado, foi morto por um vigilante voluntário que fazia patrulha em Sanford, no Estado da Flórida, quando seguia para a casa do pai.

A morte do jovem provocou uma onda de debates nos Estados Unidos sobre racismo, autodefesa e justiça. Julgado por um tribunal da Flórida em 2013, George Zimmerman foi absolvido das acusações criminais.

Em 2014, a cidade de Ferguson enfrentou protestos violentos depois que Michael Brown, um adolescente negro de 18 anos, foi morto a tiros por um policial branco.

Estadão Conteúdo