Mundo
No fim do mandato, Trump acusa China de genocídio
Declaração da istração Trump é a denúncia mais forte por qualquer governo das ações da China e segue avaliação da campanha de Joe Biden com o mesmo tom
O Departamento de Estado dos Estados Unidos declarou nesta terça-feira, 19, que o governo chinês está cometendo genocídio e crimes contra a humanidade por meio da repressão de uigures e outras minorias étnicas principalmente muçulmanas na região noroeste de Xinjiang, incluindo o uso de campos de internamento e esterilização forçada.
“Eu acredito que este genocídio está em andamento, e que estamos testemunhando a tentativa sistemática de destruir os uigures pelo partido-estado chinês”, disse o secretário de Estado Mike Pompeo em um comunicado, acrescentando que as autoridades chinesas estavam “envolvidas na assimilação forçada e eventual eliminação de um grupo minoritário étnico e religioso vulnerável”.
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A medida deve ser a ação final do governo Trump contra a China e é o ponto alto de um debate de anos sobre como punir o que muitos consideram os piores abusos dos direitos humanos em Pequim em décadas.
As relações entre os países se deterioraram nos últimos quatro anos, e a nova afirmação contribui para uma longa lista de pontos de tensão. Autoridades de política externa e especialistas de todo o espectro político dos Estados Unidos dizem que a China será o maior desafio para qualquer governo nos próximos anos ou décadas.
A determinação de atrocidades é uma ação rara por parte do Departamento de Estado, e pode levar os Estados Unidos a impor mais sanções contra a China sob a nova istração do presidente eleito Joe Biden, que disse no ano ado por meio de um porta-voz que as políticas de Pequim resultaram em “genocídio”.
Outras nações ou instituições internacionais podem seguir o exemplo, criticando formalmente a China pelo tratamento dado à sua minoria muçulmana e tomando medidas punitivas.
A declaração é a denúncia mais dura já feita por qualquer governo contra as políticas da China em Xinjiang. Genocídio é, de acordo com a convenção internacional, “a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.
Estadão e New York Times
