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Explosões no porto de Beirute mataram ao menos 34 refugiados

Líbano é o país com mais refugiados per capita do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU)

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Ao menos 10 mil famílias vulneráveis foram afetadas pelas explosões e precisam de apoio urgente. Foto: Reprodução de vídeo/Twitter

Entre os 171 mortos nas explosões que devastaram Beirute e o porto da capital, ao menos 34 eram refugiados, informou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Outros 124 refugiados ficaram feridos em um total de 6 mil.

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Beirute, o principal centro econômico do Líbano, tem uma população de cerca de 200 mil refugiados, a maioria sírios fugindo da guerra civil daquele país. De acordo com as Nações Unidas, ao menos 10 mil famílias vulneráveis foram afetadas pelas explosões e precisam de apoio urgente.

O Estadão mostrou nesta semana que o Líbano tem a maior população de refugiados per capita do mundo: um em cada seis habitantes. São 925 mil registrados oficialmente. Refugiados no país carecem de o a emprego com boa remuneração e direitos como moradia, educação e saúde.

Na avaliação do historiador Habib Malik, da Universidade Americana do Líbano, os refugiados têm sido “um fardo” para o Líbano antes da explosão e continuam a ser depois dela. O país vive uma crise econômica que levou ao empobrecimento metade da população nos últimos meses, de acordo com as estimativas mais recentes.

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A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) avalia que a insegurança alimentar já é realidade para um a cada dois libaneses em um país que importa 80% do que consome. Com os preços cotados em dólar, a desvalorização da moeda eleva os preços quase automaticamente.

“Quanto mais cedo eles forem repatriados para a Síria, melhor para eles e para o Líbano. Eles não são refugiados no sentido técnico, são deslocados e as razões para seu deslocamento praticamente desapareceram – muitas partes da Síria não têm mais guerra e estão bastante pacíficas”, afirmou Malik. “A comunidade internacional, começando com a ONU, precisa trabalhar para enviá-los à Síria. Isso é mais urgente após a explosão”.

A ACNUR, entidades da sociedade civil e moradores de Beirute estão apoiando, no momento, familiares de vítimas com auxílio financeiro, abrigo, proteção e preparativos para os enterros. Cerca de 300 mil pessoas perderam parcial ou totalmente suas casas depois da explosão que devastou quase metade de Beirute.

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Por anos, Beirute era reconhecida como uma das mais belas capitais da região, chamada até de a “Paris do Oriente Médio”. Agora, os danos materiais que abalaram bairros inteiros são estimados em US$ 5 bilhões (R$ 26,6 bilhões).

A agência da ONU destinou US$ 12 milhões (RS 65 milhões) para sua resposta de emergência às famílias mais afetadas e vulneráveis. A ONU afirmou que a assistência emergencial em dinheiro é a opção mais eficaz no momento e informou que ajudará na obtenção de alimentos, na cobertura das necessidades básicas e despesas com saúde.

Estadão Conteúdo