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EUA vão exigir quarentena e teste negativo de covid para entrar no país

Anúncio de novo plano para fazer frente à crise vem um dia após mortes por covid-19 nos EUA ultraarem as da 2ª Guerra

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Após alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde), medo diante do surto da doença, faz com que a população vá em busca de proteção contra o Coronavirus. Foto: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Coronavírus. Foto: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Um dia após tomar posse, o presidente Joe Biden assinou dez ordens executivas para tentar conter a pandemia de covid-19, revertendo uma série de políticas do ex-presidente Donald Trump. As críticas de Biden às políticas do governo Trump para combater a pandemia ajudaram a impulsionar sua campanha para chegar à Casa Branca. A estratégia nacional de 200 páginas de Biden prevê a centralização da resposta nacional à crise e a obrigatoriedade do uso de máscaras em aeroportos e vários meios de transporte, além de quarentena obrigatória a todos os ageiros que chegarem ao país.

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“Além do uso de máscaras, todos aqueles que viajarem aos Estados Unidos de outro país, terão de fazer um exame antes de embarcar no avião e realizar uma quarentena quando chegarem”, informou Biden durante pronunciamento na Casa Branca. A exigência de um exame já tinha sido ordenada pelo governo anterior, mas o isolamento era apenas uma recomendação. Não está claro como deverá ser estabelecida essa quarentena obrigatória aos ageiros internacionais.

As ordens executivas visam dar um salto em sua estratégia nacional para aumentar as vacinações e testes, estabelecer as bases para a reabertura de escolas e empresas e aumentar imediatamente o uso de máscaras – incluindo a exigência de que os americanos usem máscaras durante as viagens.

“Não entramos nessa confusão da noite para o dia e vai levar meses para reverter isso”, disse Biden. “Apesar das melhores intenções, vamos enfrentar contratempos. Mas para uma nação à espera de ação, deixe-me ser claro neste ponto: a ajuda está a caminho.”

A estratégia coincide com um marco que demonstra a extensão da doença no país: na quarta-feira, as mortes causadas pelo novo coronavírus nos Estados Unidos ultraaram o número de americanos mortos na 2ª Guerra.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, até a noite de quarta, os EUA contabilizavam 405.400 mortes pela doença, mais que qualquer outro país do planeta. Na manhã desta quinta-feira, os mortos já eram mais de 406 mil. De acordo com o Departamento de Assuntos dos Veteranos, 405.399 americanos perderam a vida no conflito mais letal do século ado.

O novo presidente promete estabilizar a cadeia de produção para insumos médicos críticos e implementar uma campanha de vacinação rápida e igualitária, segundo uma entrevista que sua equipe deu à imprensa.

A nova estratégia vai na contramão da abordagem do ex-presidente Trump, que optou por uma resposta descentralizada e não raramente anticiência, deixando assuntos relacionados a restrições, vacinas e testagem à mercê dos estados.

À CNN, fontes do novo governo disseram que herdaram um plano nacional de vacinação “inexistente”. Biden, por sua vez, classificou a conduta do republicano como um “fracasso sombrio”.

“Nós herdamos um cenário muito pior do que imaginávamos”, disse Jeff Zients, coordenador da força-tarefa do novo governo para conter a pandemia, na quarta-feira. “Nosso plano é guiado pela ciência, pela informação e pela saúde pública. Não é guiado pela política.”

A estratégia tem por fim uma resposta federal mais coesa e transparente à crise, garantindo que as populações mais afetadas tenham o à testagem, tratamento e vacinação. O objetivo é ampliar a produção de insumos e os centros para a imunização, mas Zients se recusou a dizer quando a vacina estará disponível para a maioria dos americanos.

Vacinação e testagem

Até o momento, mais de 16 milhões de americanos já foram vacinados, o que significa que 52% das doses distribuídas para os estados já foram aplicadas. A promessa de Biden é imunizar 100 milhões de pessoas em 100 dias, algo que seu governo crê ser viável.

Parte do financiamento virá da Agência para a Coordenação de Emergências Federais (Fema), que foi ordenada a iniciar a implementação de centros comunitários de vacinação que terão o apoio do governo, mas recursos adicionais são necessários. A nova porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse na quarta-feira que o presidente deverá invocar a Lei de Produção de Defesa para suprir as necessidades.

Herança da Guerra da Coreia e raramente usada na área da saúde, a medida permite que o governo inste companhias privadas a priorizar suas ordens para garantir que não falte produtos essenciais. Em 2020, Trump ameaçava com frequência usar a legislação para pressionar empresas, mas raramente o fez.

Conselheiros da nova gestão se recusaram a detalhar quando ou como a lei será usada. Elas afirmaram, no entanto, terem identificado a escassez de 12 tipos de materiais essenciais para o combate à crise, entre eles máscaras N95, reagentes, seringas e swabs usados para os exames que detectam a doença.

“Onde for possível produzir mais, nós o faremos, e se precisarmos usar a Lei de Produção de Defesa para ajudar, nós o faremos também”, disse Tim Manning, chefe do braço da força-tarefa que coordena a cadeia de produção.

Máscaras obrigatórias

Boa parte dos planos de Biden, como a ampliação da testagem para que as escolas possam ser reabertas, demandam verbas que dependem da aprovação do Congresso, de maioria democrata. O novo presidente propôs um pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão, mas ainda não há data definida para sua votação.

Um dia após tornar o uso de máscara obrigatório em propriedades federais, Biden as tornou obrigatórias também em aviões, trens e outros modais. Como já ocorre, viajantes internacionais precisarão ter exames negativos para a covid-19 antes de embarcar. Agora, contudo, precisarão respeitar uma quarentena quando chegarem aos Estados Unidos.

Outro decreto desta quinta criará um Conselho Nacional de Testagem, medida que busca fomentar a aplicação de exames, pesquisas e a busca por tratamentos. Também será implementada uma segunda força-tarefa para “responder ao impacto desproporcional e severo da covid-19 em minorias étnicas e outras populações desamparadas”.

A testagem nos EUA aumentou significativamente nos EUA ao longo de 2020 – na última semana, cerca de 2 milhões de exames foram realizados por dia. O o, no entanto, ainda é difícil e desigual entre as regiões do país. As autoridades também afirmaram que irão apresentar novas diretrizes para a reabertura segura das escolas, ponto de tensão durante o governo que deixou a Casa Branca na quarta.

Biden também assinou um decreto para acelerar o reembolso a Estados que enviaram suas Guardas Nacionais para responder à pandemia. Até 14 de janeiro, 16 unidades da federação pam os militares da reserva para auxiliar em centros de testagem, hospitais, prisões e nas campanhas de vacinação.

Estadão Conteúdo