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As explicações do Ibope para a pesquisa de Vitória
O instituto de pesquisa aponta a possibilidade de mudança de voto por 10% dos eleitores e também afirma que a alta abstenção pode ter influenciado o resultado
Os resultados da pesquisa realizada pelo Ibope divulgada na véspera do segundo turno das eleições municipais deste ano em Vitória acabaram sendo bem diferentes dos resultados nas urnas, ficando totalmente fora da margem de erro. No dia 28 de novembro, a pesquisa apontava um empate númérico: 50% de intenções de voto tanto para Lorenzo Pazolini (Republicanos) como para João Coser (PT). Mas no resultado final, Pazolini acabou recebendo 58,5% dos votos, contra 41,5% do petista. A margem de erro da pesquisa era de quatro pontos percentuais. No mesmo dia, pesquisa do Instituto Futura apontava vitória de Pazolini, com 58% das intenções de voto, e Coser, 42%, resultado quase idêntico ao das urnas.
Situação semelhante aconteceu em Cariacica: na véspera da eleição, o Ibope apontou 51% para Euclério Sampaio (DEM) e 49% para Célia Tavares (PT), com margem de erro de cinco pontos percentuais. Mas no dia seguinte, o resultado oficial foi de 59% dos votos para Euclério.
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Questionada a respeito da diferença entre os resultados das pesquisas e o das urnas, a diretoria do Ibope apontou a possibilidade de uma mudança de votos de última hora. Segundo o instituto, a pesquisa em Vitória indicava que 10% dos eleitores afirmavam que ainda podiam mudar de voto, informações que, segundo a diretoria, “evidenciam que mudanças poderiam acontecer de última hora”.
“Além disso, não é possível compreender o impacto do perfil do eleitor que deixou de comparecer às urnas, em função da pandemia, nos índices dos candidatos. Neste segundo turno, 26% dos eleitores deixaram de comparecer, percentual superior ao observado em eleições municipais anteriores. Ressaltamos, ainda, que as pesquisas não têm a intenção de prever o futuro, elas mostram a movimentação das intenções de voto e, não raro, os candidatos podem subir ou descer na reta final da eleição. Para fazer uma comparação direta com os resultados das urnas seria necessária uma pesquisa de boca de urna, que não foi realizada na cidade”, explicou o órgão de pesquisa.
Pedido de desculpas
As explicações sobre a diferença constatada em Cariacica vai na mesma linha. Segundo o Ibope, em Cariacica, os números divulgados na quinta-feira apontavam que 26% dos entrevistados não sabiam em que votar e que 16% afirmavam que ainda podiam mudar de voto, “informações que evidenciam que mudanças poderiam acontecer até o dia da eleição”. “Além disso, não é possível compreender o impacto do perfil do eleitor que deixou de comparecer às urnas, em função da pandemia, nos índices dos candidatos. Neste segundo turno, 30% dos eleitores deixarem de comparecer”, afirma o instituto, numa repetição dos argumentos (e das frases) apresentados no caso de Vitória.
A reação da diretoria do Ibope no caso de Vitória e Cariacica é bem diferente do adotado em Porto Alegre. Na pesquisa da véspera do segundo turno, o instituto apontava Manuela D´Ávila com 51%, e Sebastião Melo com 49% das intenções de voto, com margem de erro de três pontos percentuais. Mas o resultado final foi a vitória do candidato do MDB, com 55% dos votos. A presidente do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari, pediu perdão aos moradores da cidade pela imprecisão no resultado. “Será que precisamos entender melhor os perfis dos eleitores que se abstiveram? Será que a nossa amostragem foi pequena para representar a cidade como um todo?”, questionou Márcia durante entrevista para uma rádio gaúcha. Os eleitores de Vitória e Cariacica também gostariam de saber as respostas para essas e outras perguntas surgidas após a contagem dos votos nas duas cidades…
