Coluna André Andrès
Uma seleção de músicas para percorrer a obra de Gal Costa
Um pequeno resumo da grandiosa e diversificada carreira de uma das maiores cantoras da Música Popular Brasileira

Gal Costa. Foto: Reprodução/Instagram
A obra de Gal Costa é tão rica quanto vasta. E é muito difícil fazer um resumo de sua trajetória sem deixar de fora algumas canções consideradas fundamentais em suas muitas décadas de carreira. A seleção abaixo é um pequeno resumo, bem , de suas muitas interpretações. Outras muitas poderiam entrar nessa lista, como “Força Estranha”, “Modinha para Gabriela” ou “Não Identificado”. A lista é enorme, e só mostra a grandeza da produção cultural de Maria da Graça Costa Penna Burgos, a grande Gal.
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Eu Vim da Bahia
A primeira música gravada por Maria da Graça (ela ainda não tinha assumido o nome pelo qual se tornaria conhecida). Mistura três fatores importantíssimos em sua carreira: a baianidade, a obra de Gilberto Gil, autor da canção, e o toque bossa-novista. Assim como quase todos os artistas brasileiros de sua geração, Gal se dizia apaixonada e totalmente influenciada pela obra de João Gilberto.
Divino Maravilhoso
O vídeo com a gravação original está bastante prejudicado pelo tempo. Mas este registro resgata uma das obras mais marcantes da participação de Gal nos festivais dos finais dos anos 1960, importantíssimos para a história da Música Popular Brasileira. O público cantou com ela e depois repetiu muito o refrão feito por Caetano Veloso: “É preciso estar atento e forte / Não temos tempo de temer a morte!”. Mais anos 60 impossível….
Baby
A música de Caetano Veloso abre o lado B do disco-manifesto “Tropicália ou Panis et Circenses”. Gravação antológica em um disco lotado de sucessos e canções marcantes, tanto pelo fato de ser o documento musical do Tropicalismo como pelo grupo de artistas nele reunido.
Índia
O disco foi gravado na primeira metade da década de 70. E desde a capa, um close frontal numa tanga usada por Gal, era pura ousadia. Gal se apresentava, no show, muitas vezes apenas acompanhada de um violão, numa clara referência a João Gilberto. E o repertório mesclava músicas novas com antigos clássicos, versão de José Fortuna para uma canção paraguaia. Uma impressionante demonstração de qualidade vocal.
Meu nome é Gal
A música é de Erasmo Carlos. Foi feita a pedido do produtor Guilherme Araújo. E ela abre espaço para Gal demonstrar toda sua potência vocal. Nos shows, ela tinha o seu momento para fazer um desafio com todos os tons alcançados por uma guitarra. Sensacional.
Fé Cega, Faca Amolada
No final da década de 70, Gal se juntou a Bethania, Gil e Caetano para formar um grupo, os Doces Bárbaros. Gravaram um disco duplo com a performance dos quatro em uma série de shows exibidos ao longo de meses em várias capitais. No vídeo, a coreografia é até ingênua, mas a gravação de “Fé Cega, Faca Amolada”, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, é um exemplo de um repertório vasto e muito diversificado.
Balancê
Durante um período, Gal gravou, de forma constante, músicas de carnaval. De todas, a de maior sucesso foi “Balancê”, de Braguinha e Alberto Ribeiro. A música havia sido gravada, décadas antes, por Carmen Miranda. Mas essa gravação havia ficado um tanto perdida no tempo. Gal a regravou no início da década de 80, fez um sucesso imenso a ponto de o título da música dar o nome para um programa esportivo, comandado por Osmar Santos. Gal foi a rainha do programa. Tempos depois, um dos apresentadores do “Balancê” iria parar na televisão, com enorme sucesso. Seu nome? Fausto Silva.
Vaca profana
Uma das muitas letras espetaculares de Caetano Veloso, aberta com os versos “Respeito muito minhas lágrimas / Mas ainda mais minha risada”, ganhou uma interpretação perfeita de Gal. O nome do disco, “Profana”, cita o título da música e também é uma referência à própria ousadia de Gal. É uma das principais obras da cantora.
Dia de domingo
Gal também flertava com sucesso extremamente populares. Na metade da década de 80, se juntou a um trio frequentador dos primeiros lugares em qualquer ranking de sucessos da época: Tim Maia, Michael Sullivan e Paulo Massadas. Gravaram “Dia de Domingo” e a música era obrigatória em todos os programas de rádio e TV do país.
Sua estupidez
Assim como Caetano, Gal nunca escondeu sua iração por Roberto Carlos. As músicas dele e de Roberto Carlos sempre foram gravadas por ela. Um dos melhores exemplos é “Sua Estupidez”. Mas é apenas um exemplo. A gravação de “Olha” é, também, sensacional.
Wave- Tom Jobim
Como visto acima, Gal sempre foi uma apaixonada pela Bossa Nova. E um dos pais da Bossa Nova era musicalmente apaixonado por Gal. Tom Jobim a considera a melhor intérprete de suas músicas. Nos anos 1990, pouco depois da morte de Tom, ela fez um show apenas com músicas dele. O show foi perfeito, assim como perfeita era Gal cantando Tom.
