fbpx

Dinheiro

Ufes vai fechar 2019 com déficit de até R$ 10 milhões

Apesar dos cortes no uso de ar-condicionado e até em bolsas de pesquisa, universidade amarga a redução do orçamento

Publicado

em

Universidade Federal do Espírito Santo - Ufes. Foto: Chico Guedes

Economia: Ufes vai instalar usinas solares para geração de energia nos campi. Foto: Chico Guedes

Mesmo com os cortes de gastos feitos pela Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) ao longo do ano, que vão desde a suspensão do uso do ar-condicionado em salas de aula e áreas istrativas até o corte de bolsas de pesquisa para estudantes de graduação, as contas da universidade devem fechar no vermelho em 2019. Segundo o reitor, Reinaldo Centoducatte, a previsão é que a instituição termine o ano com um déficit de até R$ 10 milhões.

> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!

“Tínhamos um déficit de R$ 29 milhões e, com os cortes que estamos fazendo, vamos ter ainda um déficit entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. Ou seja, ainda temos que pensar em outras formas de economizar”, diz.

Em 2019, o orçamento de custeio da universidade, inicialmente previsto em R$ 71 milhões, sofreu corte de 38%. A verba inclui o pagamento de despesas e serviços. Segundo o reitor, o projeto de lei orçamentária para o próximo ano, em discussão pelo governo federal, prevê um montante ainda menor.

=Mesmo com o risco de não conseguir arcar com todos os custos até o final do ano, a universidade ainda não planeja novas medidas de contenção de gastos. O que o reitor espera é o descontingenciamento dos recursos do governo federal.

Segundo Centoducatte, caso isso ocorra, as 1,1 mil bolsas de pesquisa suspensas neste mês por falta de verba podem ser reativadas. As bolsas contemplam alunos de graduação em programas de pesquisa, extensão e monitoria.

Medidas adotadas

Entre as ações já em curso para economia de gastos, ele destaca a digitalização dos processos da universidade, o que deve acabar com o uso de papel até o final do ano, e a instalação de duas usinas solares para geração de energia, que devem ajudar a reduzir em até R$ 6 milhões por ano a conta de energia da universidade. Atualmente, o gasto chega a R$ 17 milhões ao ano.

A previsão é que as usinas estejam 100% prontas até outubro, mas elas já podem começar a operar, diz Centoducatte. “Falta apenas a aprovação do projeto e a instalação de um medidor reverso por parte da EDP”, explica. Segundo a EDP, a concessionária está em contato permanente com a Ufes orientando sobre os procedimentos definidos pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), necessários para conexão do sistema de geração.

Ao todo, serão instalados 55 conjuntos de painéis fotovoltaicos em prédios da universidade para captação de energia solar.

A universidade também está investindo em melhoria na iluminação com lâmpadas de LED, mais econômicas. A mudança foi feita recentemente próximo ao Centro de Artes, no campus de Goiabeiras. Os postes com LED também serão instalados próximo aos prédios da reitoria, do Restaurante Universitário e da Biblioteca Central.

Universidade entra em um dos principais rankings internacionais

Pela primeira vez, a Ufes entrou em um dos principais rankings universitários do mundo, o Times Higher Education. Avaliada em critérios como ensino, pesquisa, citações, visão internacional e transferência de conhecimento, a universidade foi uma das 11 novas instituições brasileiras que entraram na lista deste ano. Entre as 46 universidades brasileiras incluídas no ranking, a Ufes figura na 19ª posição, segundo a classificação disponibilizada pelo site Uol.

Reitor da Ufes, Reinaldo Centoducate. Foto: Chico Guedes

“Acho que estamos vivendo aqui, agora, uma excelente ‘balbúrdia’… A ‘balbúrdia’ de ser reconhecida como instituição que contribui para o desenvolvimento político, econômico e social…”, disse o Reitor da Ufes, Reinaldo Centoducate. Foto: Chico Guedes

No ranking geral, ficou na faixa acima da posição 1.001, junto das demais 10 universidades brasileiras incluídas neste ano. A classificação é feita em grupos a partir da posição 200.

“Acho que estamos vivendo aqui, agora, uma excelente ‘balbúrdia’. A ‘balbúrdia’ maravilhosa. A ‘balbúrdia’ de ser reconhecida como instituição que contribui para o desenvolvimento político, econômico e social do nosso estado e do nosso país”, disse o reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, em referência à fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que no início do ano anunciou corte verbas nas universidades que promoviam “balbúrdia”.

> Capes libera bolsas, mas não deve beneficiar a Ufes

Segundo Centoducatte, o resultado alcançado é fruto de um trabalho realizado ao longo dos últimos anos. “É uma conquista da comunidade universitária e de parceiros”, diz. Entre os parceiros, cita o governo do estado, que contribuiu com programas de incentivo para a pós-graduação.

Nos últimos anos, o número de cursos de mestrado na Ufes ou de 30 para 62, e os de doutorado, de oito para 31. Também subiu de 250 para mais de mil o número de artigos científicos publicados em revistas internacionais.

O reitor também destacou que, em 2019, a Ufes ficou em 4º lugar em uma avaliação do Ministério da Economia que avaliou a gestão de 184 órgãos públicos.