Dinheiro
Questões econômicas influenciam flexibilização do isolamento no ES
Segundo secretário da Saúde, Nésio Fernandes, “temos de fato uma situação que transcende a a situação da saúde”; ele aponta falta de ação do governo federal para socorrer economicamente a população
Além do aumento no número de leitos e da maior capacidade de atender os pacientes da covid-19, fatores elencados pelo governador Renato Casagrande com maior destaque durante seu pronunciamento no último sábado (25), um outro motivo levou o governo do estado a decidir pelo relaxamento do isolamento social a partir da próxima segunda-feira (4): a questão econômica. “Dada a situação, de que não há, por parte do governo federal, um conjunto de anúncios necessários, urgentes, para apoiar a economia e apoiar aos que precisam ser distanciados, a gente precisa, então, ir calibrando entre a possibilidade que temos de ter mais leitos e a necessidade de retomar um conjunto de atividades econômicas importantes. Temos de fato uma situação que transcende a situação da saúde”, disse o secretário estadual da Saúde, Nésio Fernades, em entrevista à Band News FM.
Até o anúncio do relaxamento das regras de distanciamento social, Renato Casagrande vinha destacando a “preservação da vida” para justificar a manutenção das regras anunciadas desde o dia 20 de março. “Se nós tivéssemos um apoio da União em prol dos comerciantes, empresários, MEI’s, trabalhadores informais, a todo mundo de maneira mais robusta, talvez nós estivéssemos trabalhando com outros desafios na sociedade de hoje. De fato, de concreto, é que toda responsabilidade pela condução da crise recaiu sobre os prefeitos e governadores, e eles precisam ter a capacidade de desenvolver decisões científicas, que permitam o convívio com a doença”, afirmou o secretário.
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Testes
A Secretaria da Saúde está ampliando a testagem para o novo coronavírus no Espírito Santo. A partir de maio, será feito o Inquérito Sorológico da Covid-19 em 27 municípios selecionados. A pesquisa fará uma radiografia do impacto da doença no estado. O estudo será realizado em quatro etapas, com intervalo de 15 dias entre cada uma delas. Em cada etapa serão colhidas cerca de oito mil amostras, totalizando 32 mil testes. Pacientes acima de 45 anos que apresentam comorbidades também serão testados no estado. Casos graves de internação já é feito o PCR para diagnosticar a covid-19.
O secretário da Saúde garante que essa é a maneira mais eficiente para saber estatisticamente o número de pessoas que já tiveram contato com a doença em solo capixaba ou que estão com o novo coronavírus. “O teste rápido não é rápido. A sensibilidade dele chega a 64% no sétimo dia da doença. Só tem sensibilidade satisfatória a partir do 12º dia de evolução da doença. Já o PCR é um método invasivo, onde se utiliza um cotonete para colher amostra das narinas. É inviável colocar profissionais da saúde para fazer esse tipo de teste nas ruas. Esse teste é para pacientes que tem indicação clínica”, explicou Nésio Fernandes.
Gripe
Desde março, a Secretaria de Estado da Saúde publicou uma portaria estabelecendo que todo paciente com sintomas gripais deve permanecer isolado por 14 dias. O secretário explica que não há a necessidade da realização do teste para o novo coronavírus. O paciente com gripe vai receber um laudo de suspeita covid-19 e deve obrigatoriamente permanecer isolado por 14 dias.
“O paciente com sintomas respiratórios tem direito a uma consulta médica e ele vai receber um diagnóstico de síndrome gripal com suspeita de covid-19. Estamos repetindo desde o início da pandemia que todo sintomático deve sair de circulação. Ele deve ficar em uma habitação exclusiva para ele, não pode ter contato com familiares, nem dividir objetos e deve usar máscaras. Essa recomendação é nacional”, esclareceu Nésio.
