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Impostos deixam produtos da festa junina mais caros no ES

Levantamento mostra que a cachaça é a maior vítima dos tributos cobrados

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Impostos deixam os produtos da festa junina mais caros. Foto: Divulgação

O período de festas juninas começou, mas os produtos para a preparação do evento estão pesando no bolso, principalmente pela incidência dos impostos. A cachaça, por exemplo, é a maior vítima dos tributos cobrados nessas mercadorias utilizadas nos arraiás.

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Para se ter uma ideia, a bebida, que é a principal fonte do quentão, conta com 81,87% de seu preço final destinado apenas para tributos. O levantamento feito pelo advogado tributarista Samir Nemer revela ainda que os fogos de artifício também chegam a ter 61,56% de seu valor total só destinado aos cofres públicos.

“Por não tributar diretamente a renda ou o patrimônio do cidadão, os impostos indiretos, ou seja, que são embutidos no preço final, acabam ando despercebidos”, afirma Nemer.

Se a escolha para o quentão for usar vinho importado, é preciso preparar a carteira, pois o produto tem 59,73% de seu valor só de tributos, o que pode encarecer a compra. Já o vinho nacional conta com 44,73% de impostos.

O advogado Samir Nemer fez o levantamento dos produtos com maiores impostos da festa junina

Outros itens sempre presentes na lista de compras, como cocada, amendoim, canjica e pé de moleque, além de chapéu de palha, camisa xadrez e vestidos típicos, têm cerca de 30% de seu preço final destinados a tributos.

Segundo o advogado, os “impostos invisíveis” sobre o consumo tornam o sistema tributário brasileiro injusto.

“Quanto menor o salário, proporcionalmente, maior é a carga tributária que o cidadão paga. Isso porque a tributação brasileira é focada sobre o consumo e não sobre a renda da pessoa”, afirmou.

Para Nemer, o ideal é reverter essa lógica. “É preciso colocar o enfoque sobre a renda e menos sobre o consumo. A proposta que se discute na reforma tributária tem buscado essa mudança e visa à simplificação do sistema. Esse já é um primeiro o. Ao conseguir simplificar o sistema tributário, será possível gerar uma série de economias ao cidadão”.

O advogado conclui, ao alertar que, independente da reforma em debate, o brasileiro precisa ter conhecimento do que ele paga de impostos nos produtos que compra. “É importante conhecer esses valores para fazer a escolha ideal para seu bolso e também para cobrar dos nossos governantes o uso desses tributos”.

 Os produtos típicos e seus impostos

Cachaça – 81,87%

Quentão – 61,56%

Fogos de artifício – 61,56%

Vinho importado – 59,73%

Vinho nacional – 44,73%

Cinto de couro – 40,62%

Chocolate – 39,61%

Amendoim – 36,54%

Cocada – 36,54%

Paçoca – 36,54%

Pé de moleque – 36,54%

Canjica – 35,38%

Pipoca (micro-ondas) – 34,99%

Vestido típico – 34,67%

Camisa xadrez – 34,67%

Chapéu de palha – 33,95%

Fubá – 25,28%

Pinhão – 24,07%

Milho cozido – 18,75%

Leite – 18,65%