Dinheiro
Empresário envolve Vale em escândalo de mineração na Guiné
Israelense Beny Steinmetz foi sócio da Vale para implantação de mina em Guiné e perdeu processo após dissolução da sociedade. A Justiça entendeu que o empresário mentiu para a Vale e condenou Steinmetz a pagar R$ 2,2 bilhões à mineradora

Empresário israelense Beny Steinmetz recorre contra Vale. Foto: CreativeCommons
Um empresário israelense bilionário tenta provar na Justiça que a Vale sabia dos riscos do contrato de exploração da mina de Simandou, na República de Guiné, na África. Beny Steinmetz se tornou sócio da Vale em 2010 após conseguir licença para explorar a mina no país africano. O negócio não foi à frente depois da morte do ditador do país e implantação de um novo governo. O novo presidente revisou o contrato, viu indícios de suborno e corrupção na obtenção da licença por Steinmetz em 2008. As informações são da revista Piauí.
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No negócio, a Vale comprou de Steinmetz 51% da BSG Resources (BSGR), detentora de concessões e licenças de exploração de minério de ferro de Simandou, uma das maiores minas inexplorada no mundo, uma transação de US$ 2,5 bilhões, com pagamento antecipado de US$ 500 milhões ao israelense. A Vale teria gasto outros 700 milhões de dólares para preparar a mina para exploração.
Alegando perdas, a Vale entrou com processo no Tribunal de Arbitragem Internacional (LCIA, na sigla em inglês), em Londres. A mineradora venceu o processo no ano ado e foi determinado a Steinmetz o pagamento de uma indenização de 2,2 bilhões de dólares, referente ao dinheiro já investido pela Vale, acrescido de juros e mora. No entendimento do tribunal, o empresário israelense pagou propina para conseguir a licença da mina e omitiu informações da Vale ao ingressar na sociedade. Como Steinmetz ainda não pagou, a Justiça mandou bloquear seus bens e de diretores da BSGR, a pedido da Vale.
Em entrevista à revista Piauí, Steinmetz, diz que está sendo vítima de uma injustiça e com base nisso tenta reabrir o caso no LCIA. Uma das ações mais recentes de Steinmetz para reverter a situação no tribunal foi a contratação do ex-ministro Sérgio Moro para realização de parecer dizendo que a Vale não teria direito ao ressarcimento de US$ 2,2 bilhões. Moro agora atua como advogado e em documento aponta que a mineradora sabia de eventuais riscos no negócio.
O empresário israelense também tenta reunir provas contra a mineradora por meio de uma agência de espionagem. De acordo com informações da Piauí, dois executivos da Vale à epoca tiveram reuniões com supostos recrutadores e chegaram a dizer que “alguma coisa tinha sido feita de maneira errada”. Com esse levantamento de provas, ele tenta reverter o pagamento da indenização.
A Vale foi procurada para comentar o assunto mas ainda não respondeu.
