Anchieta tem R$ 250 milhões de prejuízo sem Samarco

Samarco está sem operar desde 2015. Foto: Chico Guedes

Quatro anos após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), os impactos socioambientais ainda são sentidos ao longo do Rio Doce até a foz, em Regência. No entanto, no Sul do Estado, Anchieta sofre com a queda de arrecadação após a paralisação da unidade da Samarco em Ubu. A perda de Receita estimada no município até 2020 é de R$ 250 milhões.

Segundo o secretário da Fazenda de Anchieta, Dirceu Porto, antes de interromper as operações, a mineradora era responsável, sozinha, por cerca de 60% da arrecadação do município. Em valores nominais, isso representa aproximadamente R$ 150 milhões por ano, de acordo com o secretário.

O secretário Dirceu Porto também explica que a paralisação da Samarco afetou toda uma cadeia econômica que girava em torno da mineradora no município, incluindo prestadoras de serviço e até mesmo o comércio local.

Ainda segundo Dirceu Porto, o desemprego também cresceu em Anchieta depois que a Samarco teve que interromper as atividades em Ubu. A taxa de desempregados já atingiu aproximadamente 24% da população do município.

A cidade ainda aguarda o retorno das operações da mineradora para se recuperar. A previsão é de que a empresa retome os trabalhos no segundo semestre de 2020, mas com apenas 26% da capacidade operacional.

A previsão é de que, assim que a Samarco voltar a funcionar, o município alcance uma arrecadação relativa ao Imposto Sobre Serviços de cerca de R$ 30 milhões. No entanto, em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a projeção é de que somente em 2022 haja um incremento, que deve ser de R$ 40 milhões, segundo Dirceu Porto.

A Samarco interrompeu as atividades em Anchieta há quatro anos, após o rompimento da barragem de Fundão, no município de Mariana (MG).