Dia a dia
Volta às aulas: as “lições” para o Espírito Santo
Pelo menos nove estados do país querem que as atividades voltem até setembro. Maioria das escolas europeias já abriu as portas

Aulas presenciais podem voltar em pelo menos sete estados do país até setembro. Foto: Divulgação/Governo do Espírito Santo
Enquanto o número de mortes diárias pela covid-19 atinge a maior alta no país desde o começo da pandemia, pelo menos nove estados já anunciaram que devem voltar às aulas presenciais até o final de setembro. As previsões foram anunciadas após o Ministério da Educação (MEC) divulgar, no início de julho, um protocolo para a retomada das atividades, que estão paradas há mais de quatro meses.
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Se o calendário previsto for cumprido, Tocantins será o primeiro estado a voltar às aulas no ensino público, já no dia 3 de agosto. Os gestores municipais de Palmas, no entanto, afirmaram que não vão seguir as datas do estado, e devem continuar no formato de ensino a distância durante todo o mês.
Dentre os que também que voltarão no próximo mês, estão Maranhão (10 de agosto), Rio Grande do Norte (17 de agosto) e Distrito Federal (31 de agosto). Em setembro, será a vez de Santa Catarina, Acre e São Paulo, no dia 8, além do Piauí, no dia 22. Paraná e Rondônia também pretendem voltar nos próximos dois meses, mas não têm data definida.
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Além dos estados, as prefeituras de oito capitais anunciaram planos independentes de retomada, como Cuiabá, Curitiba e Macapá. Ainda não há uma data prevista.
Medidas de proteção
Para que esse retorno aconteça, é preciso seguir uma série de normas do MEC. Entre eles, a obrigatoriedade do uso de máscara por alunos, funcionários e professores; aferição de temperatura; disponibilização de álcool gel 70% e o distanciamento social. Também deve ser feito o escalonamento do o de estudantes a refeitórios e praças de alimentação.
“No uso de bebedouros, deverá se evitar contato direto com a superfície, devendo ser utilizado papel toalha com possibilidade de descarte em coletor de resíduos com acionamento sem contato manual e posteriormente, realizar a higienização das mãos. Na impossibilidade do cumprimento de tais orientações, recomenda-se a interdição dos bebedouros”, diz o documento sobre uma das recomendações.
De acordo com o protocolo, deve-se considerar manter o trabalho e o ensino a distância para servidores e estudantes que fazem parte do grupo de risco para o novo coronavírus, como pessoas acima de 60 anos, gestantes e lactantes, portadores de doenças crônicas ou responsáveis pelo cuidado de pessoas com suspeita ou confirmação de infecção por covid-19.
No exterior
Assim como em outros países da Europa, o fechamento das escolas de Portugal aconteceu cedo, em meados de março. Agora, com a curva de casos estabilizada, os alunos do ensino médio já podem frequentar as aulas, mas outras faixas etárias só devem regressar nas próximas semanas.
Na Alemanha, foi adotado o sistema de revezamento das turmas durante a semana, o que diminui a quantidade de alunos no mesmo dia. Todas as faixas etárias podem frequentar o local, mas divididas em recreios diferentes e horários diferentes. Os mais novos são isentos de usar máscaras.
As aulas na França voltaram no primeiro dia de saída do confinamento, em maio. Até o momento, podem frequentar as crianças do ensino fundamental e infantil. Da mesma forma como foi na Holanda, onde somente os alunos mais novos, do maternal até o fim do 9º ano, puderam estar em sala de aula.
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O Reino Unido ainda não anunciou quando as aulas devem voltar, após o fracasso na reabertura gradual das atividades. Ao que tudo indica, as atividades escolares devem continuar sendo discutidas até setembro, que é quando o ano letivo tem início.
O primeiro epicentro da pandemia também está em reabertura gradual. Embora alguns casos ainda estejam aparecendo em Pequim, a China reabriu as escolas para crianças e adolescentes a partir de abril, com exceção dos pré-escolares. Lá, as medidas de proteção são consideradas mais duras, e inclue um “kit pandemia” dos pais, para garantir a segurança dos filhos.
Foi o que aconteceu com a brasileira Becca Steinhoff, que registra o cotidiano das filhas Sarah e Valentina no Instagram. Ela conta que a volta das atividades foi marcada sobretudo pelo distanciamento social. “Ao entrar na sala elas não sentam mais ao lado do amiguinho, agora sentam sozinhas. Os amigos ficam afastados uns dos outros. Não podem tirar a máscara e não podem abraçar os amigos”, disse em uma publicação.
