Dia a dia
Ufes recusa adesão ao Future-se, do Ministério da Educação
Decisão acompanha a manifestação da maioria das universidades federais do país. A comunidade acadêmica promete uma paralisação
O Conselho Universitário da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) se posicionou contrário ao programa Future-se, do governo federal, em sessão realizada na última sexta-feira, em Vitória. A decisão acompanha a manifestação da maioria das universidades públicas do país que, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo divulgado na semana ada, decidiu não aderir ao projeto.
Nesta quarta e quinta-feira (dias 2 e 3), estudantes, professores e servidores técnico-istrativos da Ufes prometem fazer uma paralisação em defesa da universidade e contra os cortes orçamentários do governo federal.
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O reitor, Reinaldo Centoducatte, que presidiu a sessão na sexta-feira, afirmou que o Future-se atenta contra a autonomia das universidades e a gratuidade do ensino público.
“É contrário a tudo aquilo que preconizamos. Nós entendemos a responsabilidade do estado com a educação em todos os níveis, desde o ensino fundamental e o ensino médio até o ensino superior. Essa é a nossa defesa. Entendemos que uma instituição universitária, em qualquer lugar do mundo, tem que ter a sua autonomia, liberdade de expressão, de manifestação e de produção do conhecimento”, disse.
Posicionamento oficial
Ao final da sessão, o Conselho Universitário divulgou um posicionamento oficial em que pontua os princípios nos quais baseia sua decisão, como a garantia da autonomia universitária, de financiamento público de bolsas de pesquisa e extensão e de financiamento público adequado à manutenção e ao funcionamento das instituições federais de ensino superior.
“O Future-se é uma proposta de projeto de lei que desobriga o Estado do dever de educar e, portanto, de financiar a educação superior pública, e visa transformar as universidades em investimento lucrativo, imprimindo-lhes uma única lógica: a do mercado”, diz o posicionamento.
