Dia a dia
Ufes adere à plataforma EaD e estudantes reclamam nas redes
Nas redes sociais, houve críticas à implementação e questionamentos sobre a veracidade de um documento divulgado pela Ufes

Universidade Federal do Espírito Santo. Foto: Chico Guedes
Estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) mostraram-se confusos após a divulgação de um ofício, nesta segunda-feira (08), no qual a instituição anuncia que aderiu a uma plataforma on-line do Google para viabilizar as ações de ensino à distância. Esse é o primeiro movimento concreto da Ufes após convocar um conselho, em março, para discutir medidas de retorno às aulas durante a pandemia da covid-19.
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No documento assinado pelo reitor Paulo Sergio Vargas, é citado um modo de “ampliar a viabilização das ações de ensino remoto e para o ensino EaD”, além de discussões entre a comunidade acadêmica para não prejudicar os alunos sem o à internet.
“A Ufes acabou de aderir, via RNP, à Plataforma G Suite para Educação no modelo à distância, de modo a implementar a plataforma de ferramentas Google (G Suite for Education), para ampliar a viabilização das ações de ensino remoto e para o ensino EaD. Além disso, também estão ocorrendo discussões quanto às ações de provimento de equipamentos e de o à internet aos estudantes assistidos em nossa Universidade, para que não sejam excluídos quando da adesão às atividades de ensino remoto”, diz o ofício.
A medida é vista pelos alunos como uma sinalização de que a universidade deve voltar às aulas de forma remota nas próximas semanas. O estudante de Design, Elielton Oliveira, de 25 anos, recebeu a notícia pelos colegas, que também acreditam na adesão. “Já estamos nos preparando para esse novo formato, porque, se a pandemia continuar, não terá outro jeito de continuar o calendário. Quando vimos o documento, muitas pessoas começaram a se mobilizar contra, alegando uma falta de diálogo da Ufes com elas”, pontua o estudante.
Nas redes sociais, houve críticas à implementação da plataforma e questionamentos sobre a veracidade do documento. “Têm cursos de licenciatura EaD aos montes na minha cidade, mas eu optei por estudar numa federal porque eu não queria fazer EaD. Então, Ufes, por favor, pare de me mandar questionários perguntando a possibilidade de fazermos EAD!”, afirmou uma usuária no Twitter.
Por outro lado, algumas pessoas alegaram que a medida de aderir à plataforma foi preventiva, caso ocorra definitivamente a mudança de metodologia. “Os centros de ensino estão debatendo e os prazos continuam, as decisões serão tomadas nos conselhos superiores e pela reitoria da Ufes, no seu tempo”, escreveu um aluno.
Em nota, a assessoria da Ufes afirmou que os conselhos superiores da universidade ainda estão discutindo uma proposta para ser encaminhada à istração Central. “As unidades terão prazo até 26 de junho para encaminharem contribuições visando à formulação dos planos a serem adotados pela Universidade a serem detalhados conforme a particularidade de cada unidade. A partir daí, a istração Central vai organizar as contribuições e gerar uma proposta ainda mais precisa. Para definir datas, inicialmente é necessário ar por essas etapas”, pontua o comunicado.
Além disso, também afirma que a plataforma era sondada desde 2019, com o objetivo de aperfeiçoar questões de tecnologia na universidade. Mas, considerando o atual cenário de isolamento social, a adesão pode “contribuir para a adoção de um modelo híbrido, com atividades presenciais e remotas, de forma emergencial, o que vem sendo discutido na maioria das universidades federais”.
Calendário acadêmico
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da instituição, em sessão virtual realizada na tarde da última quarta-feira (03), decidiu pela manutenção do calendário acadêmico. A decisão foi tomada após votação na qual a maioria dos membros se manifestou favorável à permanência do calendário, que foi precedida de consulta aos centros de ensino e departamentos.
Após a votação, foi decidido também que a forma de reorganização das atividades previstas no calendário será proposta pelas comissões que compõem o Cepe – de Ensino de Graduação e Extensão; de Política Docente; e de Pesquisa e Pós-Graduação – juntamente com as pró-reitorias de Graduação (Prograd), de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) e de Extensão (Proex).
Ifes
No início de maio, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) regulamentou a realização de atividades pedagógicas não presenciais, e os campis iniciaram as atividades no mesmo mês. Além disso, os cursos de pós-graduação lato e stricto sensu mantiveram as atividades letivas a distância desde a suspensão das aulas presenciais no instituto.
