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Como usar a máscara PFF2? Especialista tira dúvidas

Conversamos com a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para tirar dúvidas sobre a eficácia de alguns modelos de máscara

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Máscaras de proteção facial. Foto: Pexels

Máscaras de proteção facial. Foto: Pexels

Com a circulação das novas variantes do novo coronavírus no Espírito Santo, especialistas aram a recomendar o uso de máscaras profissionais pela população em locais públicos e com grande circulação de pessoas. Eles afirmam que o modelo N95, ou PFF2 (peça facial filtrante), é o mais eficaz para evitar a infecção por aerossóis.

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Conversamos com a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para tirar dúvidas sobre a eficácia de alguns modelos de máscara. Mas vale lembrar que, por enquanto, o recomendado é que as pessoas mantenham os mesmos cuidados: usar máscara facial, evitar aglomerações, manter distanciamento social e higienizar corretamente as mãos.

Qual é a máscara mais recomendada no momento atual?

A sigla PFF significa “peça facial filtrante”. No Brasil, existem 3 tipos: as PFF1, PFF2 e PFF3. As máscaras desse tipo são uma peça facial constituída parcial ou totalmente de material filtrante que cobre o nariz, a boca e o queixo. A imunologista recomenda a PFF2 e explica que a camada filtrante encontra-se entre outras duas camadas: uma de cobertura, a parte externa, e outra camada que fica em contado com a face, a camada interna. Ela filtra mais de 95% de gotículas que podem conter o vírus. Esse modelo pode ser encontrado com um preço mais ível em lojas de materiais de construção. O valor é de até R$ 2 a unidade. O consumidor deve estar atento se o equipamento tem selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) ou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Na Europa, a PFF é conhecida como FFP (inglês para “filtering face piece”). A PFF2 é equivalente, nos Estados Unidos, às N95, e, na Europa, às FFP2. Elas não são descartáveis —elas não só podem como devem ser reutilizadas, principalmente para que não se corra o risco de faltar equipamentos de proteção para os profissionais da saúde. Para isso, o ideal é uma espécie de “rodízio” entre as máscaras. O ideal é ter em torno de quatro, por exemplo. É possível utilizar uma em cada dia útil da semana. Usa, deixa descansando por alguns dias e depois usa de novo. Não é necessário lavá-la.

Eu devo usar uma PFF2 com válvula?

Na pandemia, não. Isso porque a válvula de exalação serve para facilitar a saída de ar. Nessa saída, entretanto, se a pessoa que está usando a máscara estiver contaminada com o vírus, ela pode expelir partículas virais, ainda que em pequena quantidade, e infectar outras. Ou seja: a PFF2 com válvula protege a pessoa que está usando, mas não as que estão ao redor.

Posso usar duas PFF2 ao mesmo tempo?

Não. A de cima pode deslocar a de baixo e há um aumento da dificuldade de respirar. O que pode ser feito é usar uma máscara cirúrgica por cima da PFF2. Isso porque a máscara cirúrgica não aumenta tanto a dificuldade de respirar quanto o outro tipo. Mas colocar a máscara cirúrgica “dentro” da PFF2 não é recomendado.

Para quais ambientes a PFF2 é recomendada?

Principalmente para locais fechados e/ou mal ventilados e com muitas pessoas – como, por exemplo, o transporte público ou aviões e aeroportos.

Não tendo a PFF2, o que podemos fazer?

Estudos americanos indicam que o uso de duas máscaras de tecido tem uma eficácia de até 80%. Não é como a PFF2, mas caso não tenha esse modelo, o melhor é usar duas máscaras.

Quais melhores máscaras de tecido?

O ideal é escolher máscaras que não tem costura na frente. O local da costura pode ser uma porta de entrada do vírus. Prefira a que tenha pregas laterais, que deixam ela mais ajustada. Também deve dar preferência às máscaras que tem dupla camada de tecido, mesmo assim, deve ser usada uma máscara por cima da outra, para aumentar a sua proteção.

Como devem ser usadas as máscaras cirúrgicas?

Muitas pessoas compraram muitas máscaras cirúrgicas. Ela é uma máscara boa e também filtra as gotículas. O problema é que ela não tem uma boa vedação na parte lateral. Então, a indicação é usar a máscara cirúrgica por baixo e a de tecido por cima.

O que devo prestar a atenção no uso da máscara?

A máscara deve estar ajustada no rosto de forma que não tenha pontos de entrada do ar. Que o ar só entre e saia pela filtragem da máscara, e não pelo lado, ou por cima ou por baixo.

Como eu sei se a máscara está bem ajustada?

Com as duas mãos, cubra a maior parte possível da superfície da máscara e expire. Veja se há algum vazamento de ar nas laterais. Outra possibilidade é ar um espelho de mão próximo aos lados do rosto e verificar se houve embaçamento.

Veja se a máscara cede quando você inspira e se infla quando você expira. Se você usa óculos, um possível indicador é: se os óculos ficam embaçados, a máscara pode não estar vedando bem.

Máscara de acrílico protege e deve usada?

A máscara de acrílico que não tem vedação não é recomendada. Elas não protegem nem quem está usando e nem quem está próximo a ela.

Máscara distribuída pelo Ministério da Saúde, modelo KN95, é recomendada?

Essa máscara, KN95, nos países asiáticos corresponderia à PFF2 do Brasil. Mas, algumas empresas, principalmente asiáticas, não têm a certificação da Anvisa, por isso não indicamos máscara desse modelo que não tenha o selo da agência. Profissional da Saúde não deve usá-la. Em locais de muita circulação, onde o ar pode estar contaminado, há a necessidade de uma proteção maior. Agora se você comprou e tem em casa, o ideal é usar em locais abertos ou que não tem aglomeração.