Dia a dia
Ticumbi viaja sete horas e não consegue desfilar no Sambão
O grupo de Conceição da Barra era um dos homenageados do enredo da Imperatriz do Forte, mas acabou não participando do desfile

O grupo Ticumbi viajou sete horas e não conseguiu desfilar. Foto: Divulgação (Apoena Medeiros)
O grupo Ticumbi saiu de Conceição da Barra, no norte do estado, para participar do desfile da escola de samba Imperatriz do Forte, na última sexta-feira (10). No entanto, o que seria um momento de homenagens para um dos maiores símbolos da cultura capixaba, acabou virando um grande constrangimento.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
O grupo foi convidado para desfilar na escola, que tinha como enredo a história de Benedito Meia-Légua, lendário quilombola da região do Sapê do Norte, território que engloba parte de São Mateus, Conceição da Barra e Itaúnas.
Os integrantes alegam que não foram recebidos por ninguém da escola ao chegar em Vitória, após sete horas de viagem. Não tiveram alimentação, que estava no acordo, e nem as fantasias prometidas para os familiares do grupo.
“A gente ligava para o carnavalesco e ele falava que tinha que resolver com o presidente. E o presidente falava que era o carnavalesco. Deu 22 horas e ninguém tinha recebido a gente e por isso decidimos não desfilar”, informou Apoena Medeiros, vassalo do Ticumbi.
Rei de Congo do Baile de Congo de São Benedito de Conceição da Barra, Jonas Balbino, lamentou a situação depois de tantas horas de viagem.
“Fomos destratados. Não fomos nem recebidos pela escola. Uma falta de respeito nos tratar dessa forma. Estamos descontentes e, por isso, vamos voltar”, disse.
No retorno para casa, o grupo teve que fazer uma parada para se alimentar e pagar a despesa com dinheiro do próprio bolso.
O carnavalesco da Imperatriz do Forte, Vitor dos Santos Pereira, foi procurado para comentar a situação. Ele reconheceu que houve uma falha de comunicação. Que a escola tinha assumido o compromisso com as condições para o trazer o grupo, mas que essa não era uma responsabilidade dele, já que estava envolvido com as demais demanda dos desfiles.
“Tentamos fazer uma homenagem justa e foi bem difícil para mim vivenciar aquela situação. Nunca imaginei que a escola fosse homenagear alguém e acontecesse isso com o convidado”.
O diretor-executivo da Imperatriz do Forte, Daniel Gomes, também reconheceu a falha com o grupo homenageado e disse que vai entrar em contato com os integrantes para pedir desculpas pelo ocorrido.
“Eles ficaram bem decepcionados, mas vamos entrar em contato, saber o que eles gastaram para tentar reembolsá-los pela despesa. Tenho certeza que vamos encontrar uma solução para amenizar esse mal estar que ficou”, disse.
