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Bem-estar

Saiba quais vacinas contra a covid-19 estão sendo testadas no país

Atualmente, quatro imunizações já estão na fase 3 de testagem no Brasil e duas aguardam liberação da Anvisa

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Na corrida em busca de vacinas contra a covid-19, o Brasil está em busca de parcerias com farmacêuticas e países que desenvolvem as próprias vacinas para começar a imunização dos brasileiros até o início do ano que vem. Financiando parte da pesquisa e recebendo a tecnologia para a produção em laboratórios locais, o país conta atualmente com quatro vacinas sendo testadas por parte da população, sendo que duas aguardando liberação da Anvisa.

Conheça o estado atual das vacinas que chegaram na etapa de testagem em humanos no país. Apesar delas poderem prevenir a infecção do novo coronavírus, as vacinas não têm a capacidade de curar a doença.

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Vacinas que estão sendo desenvolvidas

AstraZeneca (Vacina de Oxford)

A empresa britânica AstraZeneca e a universidade de Oxford desenvolveram uma vacina baseada no adenovírus encontrado em chimpanzés, chamada ChAdOxl. A vacina se encontrava em sua terceira etapa de testes quando precisou ser pausada no início de setembro, quando um paciente desenvolveu uma inflamação rara. Apesar do contratempo, os testes já foram retomados e apenas no Brasil já foram testados 10 mil voluntários, em ação coordenada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No início do mês a Anvisa confirmou que começaria a análise do pedido para registro da vacina no país, com previsão de entrega para 2021.

CoronaVac

A empresa privada chinesa Sinovac Biotech está testando a vacina de vírus inativado CoronaVac. Em junho a empresa anunciou que as duas primeiras fases dos testes com 743 voluntários apresentaram resultados sem efeitos adversos graves. A empresa lançou a fase 3 de testagem no Brasil em julho, com 13 mil voluntários incluindo idosos e pessoas já infectadas anteriormente.

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (20), que vai adquirir 46 milhões de doses da vacina, a expectativa é comprar o produto até o final do ano, após registro na Anvisa, e iniciar a vacinação nacional em janeiro. O instituto Butantã em São Paulo é quem lidera os estudos da testagem da vacina no país.

Pfizer (BioNTech)

A empresa alemã BioNTech entrou em colaboração com Pfizer, localizada em Nova York, e a chinesa farmacêutica Fosun Pharma para desenvolver uma vacina mRNA, que produz proteínas do próprio coronavírus no corpo, criando um antígeno para funcionar como imunizador contra a doença. Apesar da vacina estar sendo testada atualmente no Brasil, o país ainda não firmou acordo comercial com a empresa.

Johnson & Johnson

Criada a partir de variações do Adenovirus 26, ou Ad26, a vacina da empresa americana já foi aplicada no ado contra o Ebola. Em 12 de outubro a empresa anunciou a interrupção dos testes para investigar uma reação adversa em um voluntário no exterior. A previsão é que os testes de fase 3 englobem 60 mil participantes que deverão receber, por enquanto, uma única dose do imunizante. Os testes serão realizados em 7 mil brasileiros.

Sputnik V (Vacina Russa)

O instituto de pesquisa Gamaleya, parte do Ministério da Saúde da Rússia, lançou testes clínicos de uma vacina chamada Gam-Covid-Vac em junho. É uma combinação de dois adenovirús, Ad5 e Ad26, projetados com o gene do coronavírus.

Em agosto, o presidente russo Vladimir Putin anunciou que a vacina russa foi aprovada pelo órgão regulador do país e a batizou de Sputnik V, antes da fase 3 sequer ter começado. Especialistas alertaram para os riscos e a Rússia então voltou atrás dizendo que a aprovação anunciada na verdade era um certificado de registro, que dependeria de resultados positivos dos testes da Fase 3 para se concretizar.

Os resultados das fases 1 e 2 da vacina foram divulgados no início de setembro e foi crucial para mostrar a eficiência da vacina, na indução de produção de anticorpos, chegando em 100%. Dois estados brasileiros já firmaram parceria com o país russo, a Bahia anunciou a compra de 50 milhões de doses e o governo do Paraná produzirá a vacina através da transferência de tecnologia dos laboratórios russos para o local.

Vacina BCG

A vacina Bacilos Calmette-Guerin foi desenvolvida no início do século XIX para prevenção contra a tuberculose e é aplicada até hoje anualmente em cerca de 120 milhões de recém-nascidos. Na Fase 3 em ensaio clínico feito em diversos países a vacina tem mostrado resultados positivos em testes para redução de infecções respiratórias. A testagem no Brasil será liderada pela Fiocruz e pretende incluir 3 mil voluntários.

Etapas

As vacinas geralmente requerem anos de pesquisa e testagem antes de chegarem ao público, mas cientistas estão correndo para produzir uma imunização segura e efetiva até o próximo ano. A criação de uma vacina é um processo demorado e meticuloso nas etapas que devem ser seguidas, para certificar sua eficácia e segurança. Entenda quais são as etapas:

Fase pré-clínica
Fase inicial da pesquisa. Aqui os cientistas testam ideias e estratégias para praticar a eficácia da vacina, sendo possível testá-la em laboratório com o próprio vírus in vitro ou células, sem envolver um ser vivo. Ao ter algum tipo de eficácia, os pesquisadores começam a testagem em animais que possuem similaridades com o corpo humano na reação ao vírus. Com essas informações preliminares é possível seguir para a primeira fase de testagem.

Fase 1 – Teste de segurança
Cientistas testam a vacina em um pequeno número de pessoas para coletarem informações de dosagem e segurança, e também para confirmar se o composto estimula o sistema imunológico.

Fase 2 – Testes expandidos
A vacina é testada em grupos diferentes de centenas de pessoas, como crianças e idosos, para saber se há reação adversa entre eles. Estes testes aprimoram o alcance de informações sobre a segurança e habilidade de estimular o sistema imunológico.

Fase 3 – Testes de eficácia
Milhares de pessoas am a receber os testes da vacina e os cientistas esperam para saber quantos serão infectados, e depois comparam os resultados com quem recebeu um placebo. Esta etapa final determina se a vacina protege ou não contra o coronavírus.