Dia a dia
Rodoviários fecham rodovia Norte-Sul e terminais da Grande Vitória
Este é o quarto dia de protestos da categoria que pede a volta dos cobradores para suas funções

ageiros embarcados que tentavam chegar ao terminal de Carapina, na Serra, desceram dos coletivos em meio ao trânsito. Foto: Reprodução
As principais vias no eixo Vitória-Serra amanheceram bloqueadas nesta quinta-feira (7). Pelo quarto dia consecutivo de manifestações, o Sindirodoviários-ES (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Espírito Santo) fechou, por volta das 5h, a avenida Norte Sul, na Serra, em ambos os sentidos. Motoristas que tentaram fugir do trânsito pela BR-101 foram surpreendidos por veículos do sistema Transcol estacionados nas pistas laterais da rodovia, causando retenções para quem seguia sentido Vitória. Por volta das 7h30, o congestionamento já se estendia do Trevo de Laranjeiras até a região de Carapina.
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Os terminais do sistema Transcol também tiveram as entradas fechadas pelos rodoviários. Há registros de bloqueios em Laranjeiras, Jacaraípe e Carapina. Neste último, os ageiros já embarcados que se aproximavam do terminal desceram dos ônibus no meio das ruas, entre os carros que circulavam pela região, na tentativa de chegar aos seus destinos. Os bloqueios só foram desfeitos e os veículos começaram a circular por volta das 9h.
No sentido Vitória, o trânsito só fluia na reta do antigo aeroporto, após o Vitória Apart Hospital. No sentido contrário, houve registros de congestionamento desde a avenida Fernando Ferrari, na altura da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).
Entenda
O Sindirodoviários protesta pelo retorno dos cobradores para suas funções dentro dos coletivos. Os profissionais estão afastados desde maio, quando o governo do Estado ou a aceitar apenas o cartão de agem como forma de pagamento, sob a justificativa de que o dinheiro físico é um vetor de transmissão do coronavírus.
Na ocasião, o grupo foi incluído no programa de redução ou suspensão da jornada de trabalho do governo Federal. Com o fim do programa, os cobradores devem retornar ao trabalho em funções a serem definidas pelos consórcios operadores, de acordo com a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura. A categoria tem garantia de 20 meses de estabilidade assegurados na Ata da reunião de conciliação com a Justiça do Trabalho, assinada em 2019, quando começaram a chegar os primeiros veículos sem o posto de cobrador.
Porém, para o presidente interino do Sindirodoviários-ES, José Carlos Sales, essa é uma manobra do governo do Estado, que não terá condições de remanejar 3,5 mil trabalhadores para outras funções.
Confira na íntegra nota da Semobi
“A Semobi (Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura) reitera que a continuidade da suspensão da cobrança em dinheiro nos coletivos foi definida levando-se em consideração o Decreto de estado de emergência em saúde pública no Estado do Espírito Santo, que estabelece medidas sanitárias e istrativas para prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos decorrentes do surto de novo coronavírus (COVID-19). Consequentemente, a função de cobrador no interior dos coletivos também fica suspensa com base no mesmo decreto.
A Semobi reforça que os profissionais que atuam como cobradores do Sistema Transcol não podem e não serão demitidos, tendo em vista o prazo de estabilidade da Lei Federal nº 14.020 e do acordo firmado com o Tribunal Regional do Trabalho, em 2019. Desta forma, estes trabalhadores devem retornar ao trabalho em funções a serem definidas pelos consórcios operadores. Nesse período, não houve e não haverá demissões dos 2.800 cobradores do Sistema Transcol. Eles estão recebendo integralmente seus salários.
Além disso, a categoria tem garantia de 20 meses de estabilidade assegurados na Ata da reunião de conciliação com a Justiça do Trabalho, assinada em 2019, quando começaram a chegar os primeiros veículos sem o posto de cobrador. No mesmo documento, está descrito que serão oportunizados, no mínimo, três cursos de requalificação de mão de obra em atividades que eles queiram exercer, podendo ser reaproveitados dentro de atividades do próprio sistema, ou para aquele que deseje ser motorista.
Também será oferecido cursos de mecânico, eletricista e auxiliar istrativo, dentre outros que as partes julgarem adequados à nova realidade. A requalificação, já está sendo oferecida pelos consórcios, com 700 vagas para troca de habilitação de categoria B para categoria D, através do Sest/Senat, promoção para manobristas, escolinha de motoristas nas garagens, treinamento para ocupação de vagas internas, além deles poderem aderir ao Plano Demissão Incentivada, se assim quiserem.
Já está programada a disponibilização, até 2022, de 1.500 CNHs, nas categorias B ou AB, para que os cobradores possam ter sua primeira habilitação. Com todas essas ações, os consórcios e o Governo garantem, além de todo um processo de requalificação, a manutenção dos salários por mais de 20 meses, amparando esses trabalhadores durante a pandemia e no pós pandemia.”
