Dia a dia
Rodoviários fazem novo protesto e prometem liberar catraca nos próximos dias
Em um trio elétrico, representantes do Sindirodoviários-ES discursaram pedindo o retorno dos cobradores para dentro dos ônibus
Em novo dia de protestos, motoristas e cobradores se reuniram na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e caminharam em direção à Reta da Penha na tarde desta quarta-feira (6). A categoria protesta pedindo a volta dos cobradores para dentro dos ônibus. Os profissionais estão afastados da função desde maio, quando o governo do Estado ou a aceitar apenas o cartão de agem como forma de pagamento, justificando que o dinheiro físico é um vetor de transmissão do coronavírus. O protesto teve início por volta das 16 horas.
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Manifestantes ocuparam duas faixas da pista no sentido Centro de Vitória. Em um trio elétrico, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários-ES) discursaram pedindo o retorno dos cobradores para dentro dos ônibus e prometeram liberar as catracas novamente nos próximos dias. Ressaltaram a importância da categoria não só para receber a agem, mas também para auxiliar o motorista, orientar os ageiros e até mesmo ajudar a subida dos cadeirantes no veículo. Pediram que comerciantes se neguem a realizar a recarrega dos cartões de agens e que os ageiros se neguem a utilizá-los.
Esses profissionais foram afastados em maio e incluídos no programa de redução ou suspensão da jornada de trabalho. Com o fim do programa do governo federal, os cobradores devem retornar ao trabalho em funções a serem definidas pelos consórcios operadores, de acordo com a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi). A categoria tem garantia de 20 meses de estabilidade assegurados na Ata da reunião de conciliação com a Justiça do Trabalho, assinada em 2019, quando começaram a chegar os primeiros veículos sem o posto de cobrador.
Porém, para o presidente interino do Sindirodoviários-ES, José Carlos Sales, essa é uma manobra do governo do Estado, que não terá condições de remanejar 3,5 mil trabalhadores para outras funções. “Entendemos que vai gerar demissões. Eles vão querer remanejar funções de motoristas, fiscais e outros. Um governo deve gerar emprego e não retirar. Os trabalhadores estão na rua porque querem seus postos de trabalho. São famílias que dependem desses salários”, declarou.
A Companhia Estadual de Transportes Coletivos de ageiros do Estado do Espírito Santo (Ceturb) comentou que a Ata assinada em 2019 garante que serão oportunizados, no mínimo, três cursos de requalificação de mão de obra em atividades que eles queiram exercer, podendo ser reaproveitados dentro de atividades do próprio sistema, ou para aquele que deseja ser motorista. Também serão oferecidos cursos de mecânico, eletricista e auxiliar istrativo, dentre outros que as partes julgarem adequados à nova realidade.
Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o diretor do Sindirodoviários-ES, Valdecir Dulcelina Laurindo, garantiu que os cursos não estão sendo oferecidos e que não há diálogo com o governo do Estado. Ainda afirmou que as empresas estão promovendo os cobradores para que eles não seja cobertos pela Ata da reunião de conciliação com a Justiça do Trabalho, assinada em 2019, e possam ser demitidos.
Catracas liberadas
Motoristas e cobradores do sistema Transcol liberaram as catracas dos coletivos do Transcol e atrasaram a saída dos coletivos dos terminais. Também realizaram a panfletagem de informativos aos usuários do sistema sobre os motivos da greve. Em discurso durante o protesta da tarde, representantes do sindicato prometeram continuar liberando as catracas nos próximos dias.
Ouça a entrevista com o diretor do Sindirodoviários-ES
