Dia a dia
Quase um mês depois, a chuva ainda deixa rastros
Sul do ES: As famílias de Iconha, Alfredo Chaves e Vargem Alta tentam voltar à rotina em casa, no comércio e nas escolas

Em Iconha, 10 imóveis têm recomendação de interdição. Foto: Danielo Poubel/Divulgação
Vinte seis dias depois de terem sido destruídas pelas fortes chuvas, as cidades de Alfredo Chaves, Iconha e Vargem Alta ainda têm famílias fora de casa, imóveis interditados e estradas interrompidas. Em algumas regiões, houve perda no sistema de água de esgoto e, por enquanto, algumas áreas estão sendo abastecidas com carros-pipa. O prejuízo contabilizado até agora ultraa R$ 130 milhões.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
A prioridade dos municípios tem sido fazer um trabalho paliativo com arelas de madeira para substituir pontes destruídas, para não deixar comunidades isoladas.
Até agora, Alfredo Chaves já fez o cadastro no governo federal para pedir R$ 340 mil de ações emergenciais: R$ 67 mil destinados para aluguel social das famílias que perderam suas casas e outros R$ 273 mil para compras emergenciais de materiais para restabelecer a cidade e auxiliar a limpeza.
No município, 15 famílias tiveram as casas interditadas e ainda estão fora de casa. Em Iconha, 785 famílias também não retornaram às suas residências.
Com limpeza da cidade e foco na desobstrução de estradas vicinais, os municípios aos poucos voltam à rotina. O comércio está retomando as atividades e as escolas tiveram que adiar o início do ano letivo. Em Alfredo Chaves começaram ontem. Em Iconha será na próxima semana.
Prejuízos
Em Iconha, a prefeitura contabilizou prejuízos de R$ 50 milhões em infraestrutura, como sistema de água e esgoto e, ainda, R$ 59 milhões em serviços, segundo a secretária de istração Mônica Maroto. “Nossa prioridade tem sido retomar os os onde perdemos as pontes. O abastecimento de água foi retomado na maior parte dos lugares. Em alguns pontos a ligação vai precisar de reparos”.
Já Vargem Alta contabilizou R$ 22 milhões em prejuízos, somando os empreendimentos públicos destruídos, as casas dos moradores, além dos aluguéis sociais e auxílios imediatos para os desalojados.
Como está a situação nos municípios
• Estradas e pontes. Em Alfredo Chaves, foram destruídas 43 pontes. Foi feito trabalho paliativo com arelas para não deixar ninguém ilhado. Metade das estradas vicinais do município ainda está interrompida. Em Iconha, foram 36 pontes destruídas e o foco do trabalho está na retomada da ligação entre as comunidades.
• Comércio. Aos poucos o comércio em Iconha, que foi 90% inundado, volta a se estabelecer. Alguns bancos ainda não voltaram a abrir as portas. Em Alfredo Chaves, o comércio também volta a se estabelecer.
• Limpeza. Foi feita uma primeira lavagem da cidade de Iconha após o fim da cheia, mas a prefeitura avalia que ainda precisa de mais intervenções. Em Alfredo Chaves, a primeira limpeza e retirada do entulho foi feita, mas precisa ser reforçada principalmente porque o lixo triplicou, visto que há muitas caixas e papelão dos novos produtos que as pessoas estão comprando, como geladeira e fogão.
• Escolas. Em Alfredo Chaves, as aulas começaram ontem. Em Iconha, só começam na próxima segunda, dia 17.
• Imóveis vistoriados. Em Iconha, foram realizadas 52 vistorias, com recomendações de dez interdições. Em Vargem Alta, foram vistoriados 126 imóveis, sendo 91 interditados. Em Alfredo Chaves não há nenhum.
Rotativo de Cachoeiro volta a funcionar
Depois do funcionamento ter sido interrompido por conta das enchentes que atingiram Cachoeiro de Itapemirim no último dia 25, os parquímetros do estacionamento rotativo voltaram a operar ontem. A empresa responsável pelo sistema realizou a troca dos equipamentos danificados.
O retorno do rotativo se dará na área azul (área central), com os mesmos valores anteriores: R$ 2,50 (1h), R$ 3,50 (2h) e R$ 0,50 (moto, por hora). Apenas algumas vagas pontuais, onde houve afundamento do solo, continuarão interditadas.
A implantação do rotativo com parquímetros na área verde, no entorno da área azul, teve que ser adiada em 60 dias.
O motivo é que parte dos aparelhos de cobrança colocados no lugar dos danificados nas enchentes seria utilizada na nova área, segundo informou a prefeitura de Cachoeiro.
