Dia a dia
Polícia descarta motivação política em sequestro de vereadora
Quatro criminosos envolvidos no sequestro são suspeitos de fazerem parte de uma quadrilha do tráfico de drogas de Cachoeiro
A Polícia Civil do Espírito Santo descartou motivação política no sequestro da vereadora trans Lari Bortolote Marcon (Republicanos) em Rio Novo do Sul. Os quatro criminosos envolvidos na ação são suspeitos de fazerem parte de uma quadrilha do tráfico de drogas de Cachoeiro de Itapemirim, com ramificação em Rio Novo do Sul.
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Lari Camponesa – como é conhecida -, é a única vereadora trans eleita em todo o Espírito Santo. A Polícia Civil, no entanto, não encontrou indícios de crime político. As investigações apontam que o crime tenha sido patrimonial.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, ressalta que os dois criminosos – 28 anos preso; 17 anos apreendido – fazem parte da quadrilha do tráfico de drogas de Cachoeiro de Itapemirim, assim como os outros dois foragidos. Essa quadrilha tem uma ramificação de atuação em Rio Novo do Sul.
COMO SE DEU O SEQUESTRO

Lari Bortolote. Foto: Reprodução/Instagram
Lari foi sequestrada na manhã de segunda-feira (22), por volta das 7 horas, na localidade de Mundo Novo, em Rio Novo do Sul. Familiares da vítima contaram que estavam em uma propriedade rural, quando dois homens armados chegaram em um Gol Volkswagen. O pai da vítima e um empregado tiveram mãos e pés amarrados. A vereadora foi levada pela dupla, que teria dito que “entrariam em contato mais tarde”.
Horas depois, os criminosos teriam entrado em contato com um irmão da vítima por telefone, pedindo R$ 250 mil para o resgate da vereadora. Em negociação, o familiar conseguiu reduzir o valor para R$ 100 mil. Foi combinado o ponto de encontro para o pagamento do resgate que aconteceria próximo a linha vermelha, em Cachoeiro de Itapemirim. Com receio da ação dos criminosos, a família não acionou a Polícia Civil.
COMO ACONTECEU A PRISÃO
De posse da informação – não revelada – do ponto de encontro do irmão com os sequestradores, a Polícia Civil montou um cerco para monitorar a ação por volta das 14 horas. Ao perceber que o familiar da vítima havia sido rendido dentro do veículo por dois homens – sendo um deles armado -, e seguiam para o bairro Zumbi, em Cachoeiro de Itapemirim, policiais civis interceptaram o veículo.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, contou que os dois criminosos foram conduzidos à Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim. Eles se resguardaram no direito de não falar nada. Não ajudaram na investigação. O homem de 27 anos foi preso e autuado por extorsão mediante sequestro, porte de arma ilegal e corrupção de menores. O menor, 17 anos, foi apreendido por extorsão mediante sequestro.
LOCALIZAÇÃO DO CATIVEIRO

A Polícia Civil encontrou diversas armas, como submetralhadora e pistola e entorpecentes no cativeiro em Anchieta. Foto: Divulgação/PC
O delegado-geral da Polícia Civil disse ainda que a parlamentar foi colocada no banco de trás do carro dos sequestradores, que andaram durante horas com ela no veículo até chegarem à casa usada como cativeiro no bairro Recanto do Sol, em Anchieta.
A atividade de Inteligência da Polícia Civil localizou os suspeitos em Anchieta. Foi à noite, por volta das 22 horas, que os policiais civis localizaram a casa usada como cativeiro. Os criminosos perceberam a chegada da polícia e fugiram pelo telhado, seguindo para casas vizinhas.
Lari foi encontrada sem lesões. Ela também foi conduzida à Delegacia Regional de Cachoeiro de Itapemirim. A parlamentar reconheceu a imagem dos dois suspeitos que estão foragidos. “São velhos conhecidos da Polícia Civil. Um deles está foragido do sistema prisional”, conta Arruda.
A Polícia Civil continua as buscas pelos dois foragidos acusados do sequestro da vereadora. Os dois são suspeitos de serem de uma quadrilha de tráfico de drogas em Cachoeiro de Itapemirim com ramificação em Rio Novo do Sul. No cativeiro, foram encontradas diversas armas, como submetralhadora e pistola, e entorpecentes.
O secretário da Segurança Pública, coronel Marcio Celante, elogiou o trabalho de toda a equipe empenhada em elucidar o crime. Mesmo não sendo um crime comum no estado, a Polícia Civil agiu de forma rápida e segura.
