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PF prende executor da jornalista Maria Nilce, morta há 33 anos

A jornalista foi assassinada com três tiros, em 1989, quando chegava com a filha numa academia na Praia do Canto

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Prisão de executor de jornalista Maria Nilce. Foto: Reprodução de vídeo/PF

A Força Tarefa de Segurança Pública do Espírito Santo prendeu, no início da tarde desta terça-feira (28), um dos executores da jornalista Maria Nilce. O crime foi um dos de maior repercussão na história do Espírito Santo. A jornalista foi assassinada com três tiros, em 1989, quando chegava com a filha numa academia situada na rua Aleixo Neto, na Praia do Canto, em Vitória.

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A informação foi divulgada pela Polícia Federal e a prisão foi realizada pela Força Tarefa, composta por Policiais Federais, Rodoviários Federais e Guardas Civis Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana.

Entre os mandantes e executores, o único que não havia cumprido pena até hoje era Cezar Narciso de Souza, ex-PM que foi contratado para a execução da jornalista. Ele estava sendo procurado desde 2018, época da sua condenação definitiva. Após meses de investigação, a polícia descobriu que ele estava morando em uma casa em São Diogo, na Serra, onde foi preso nesta terça.

“Esta é uma prisão de grande importância, pois coloca atrás das grades um criminoso de alta periculosidade, que foi condenado por um crime bárbaro e que chocou a sociedade capixaba. Sua prisão certamente contribuirá para a diminuição da sensação de impunidade no Espírito Santo”, diz a PF.

Entenda

A jornalista foi assassinada com três tiros, em 1989

A motivação do crime foi, conforme divulgado na época, o conteúdo das notas que Maria Nilce escrevia no antigo Jornal da Cidade. Ela mantinha uma coluna social no jornal e era conhecida por seu estilo extremamente ácido, invariavelmente criando constrangimentos para as personalidades citadas em seus textos.

O homicídio foi inicialmente investigado pela Polícia Civil e posteriormente transferido para a Polícia Federal. As investigações apontaram como mandante o empresário José Andreatta, que teria contratado o ex-policial civil Romualdo Eustáquio Luz Faria, o Japonês, e este, por sua vez, teria subcontratado dois pistoleiros para a execução, José Sasso e ex-PM Cezar Narciso de Souza.

A dupla de executores teria fugido com o auxílio do piloto de avião Marcos Egydio Costa e do também policial civil Charles Roberto Lisboa.

José Sasso morreu envenenado na cadeia e Marcos Egydio foi assassinado em Jacaraípe. Andreatta, Japonês, Lisboa e Narciso foram condenados, respectivamente, a 24, 15, 17 e 19 anos de reclusão. De todos eles, o único que nunca havia cumprido pena até hoje era Cezar Narciso de Souza.

Procurado desde sua condenação definitiva em 2018, havia indicativos de que Narciso pudesse estar escondido na Bahia, em uma propriedade rural no noroeste capixaba ou no sudeste mineiro.

Depois de meses em diversas ações de busca, surgiu então a indicação de que ele estaria residindo em São Diogo, na Serra/ES.

Nas últimas semanas os trabalhos se intensificaram e foram realizadas diligências contando com o apoio de todas os integrantes da Força Tarefa, o que culminou com sua prisão no dia de hoje.

Durante a abordagem, não houve nenhuma resistência e confirmou-se que se tratava realmente de Cezar Narciso. Ele foi preso, levado para a Superintendência da PF e, após a formalização necessária, será encaminhado ao sistema penitenciário estadual.