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Dia a dia

Pesquisa: viver da rua é ‘motivo’ da violência

Levantamento feito pelo Ministério da Saúde mostrou que de 2015 a 2017, 330 pessoas em situação de rua foram vítimas de algum tipo de agressão no Espírito Santo. Somente em Vitória foram 79 casos

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Basta ser morador em situação de rua para estar vulnerável à violência. Isso é o que mostra uma pesquisa do Ministério da Saúde e o que os registros diários comprovam. Nos últimos três dias, três agressões físicas contra essas pessoas aconteceram no Centro de Vitória. Mas o problema não é de agora. Os dados do ministério mostram que entre 2015 e 2017 foram registradas 330 ocorrências de agressões contra este grupo no Espírito Santo. Dessas, 79 foram notificadas em Vitória. No país, são 17.386 registros.

Na última segunda-feira, um homem de 43 anos foi espancado enquanto dormia na calçada, no Centro da capital. No dia seguinte, um morador em situação de rua esfaqueou outro durante uma briga. Já na madrugada de ontem, uma mulher foi atingida por golpes de faca, na rua Pedro Nolasco, na Vila Rubim. Os três casos estão sendo investigados pela Polícia Civil.

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Segundo a Semas (Secretaria Municipal de Assistência Social), Vila Rubim, Enseada do Suá, Praia do Canto, Jardim da Penha e Jardim Camburi concentram a maior quantidade da população vulnerável da capital, que hoje é estimada em 300 pessoas.

A subsecretária de Proteção Social Especial, Anabel Gomes, afirma que há um monitoramento diário feito por meio das equipes de abordagens.

“A Vila Rubim é um ponto que monitoramos constante e onde a equipe de abordagem oferece todo o serviço de assistência e de acolhimento”. Ela esclarece ainda que quando a equipe encontra casos de agressão, é feito o direcionamento dentro do que a política de assistência oferta.

Por meio de nota, a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública) afirma que policiais realizam operações constantes na região onde os crimes aconteceram. Ressalta que moradores de rua não podem ser detidos pelo simples fato de portar uma faca, pois a legislação não considera um delito, como o porte de arma, e nem sequer poderia realizar a remoção dessas pessoas contra a própria vontade. Além disso, o uso de drogas é um problema de saúde pública e deve ser combatido com prevenção e tratamento.

Violência contra moradores de rua

Nesta semana, foram três casos registrados em Vitória. 
Todos aconteceram no Centro da capital

Evolução dos casos entre 2015 e 2017

2015

Espírito Santo: 92 ocorrências.
Vitória: 23 ocorrências.

2016

Espírito Santo: 91 ocorrências.
Vitória: 21 ocorrências.

2017

Espírito Santo: 147 ocorrências.
Vitória: 35 ocorrências.

330: É o número de casos de violência contra moradores de rua no Espírito Santo, segundo Pesquisa do Ministério da Saúde, entre 2015 e 2017.
79: É o número de casos que foram registrados em Vitória, no mesmo período.
17.386: Foram os registros no país, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde ao longo de três anos da pesquisa.

Causas dos ataques

A principal ‘motivação’ do ato violento foi a ‘situação 
de rua’, ou seja, o fato de a pessoa estar na rua.

Perfil das vítimas:

50,8% a maioria das vítimas é mulher;
54,8% se declararam negros;
38,1% estão na faixa etária entre 15-24 anos;
65,2% se declararam heterossexuais;
62,8% não se aplicam à identidade de gênero.