Dia a dia
Pedágio tem de ser liberado quando fila chega a 200 metros
Ainda de acordo com o contrato da Eco101, os motoristas também não devem esperar por mais de 15 minutos para pagar a tarifa

Motoristas reclamam da praça de pedágio na Serra. Foto: Chico Guedes
Com engarrafamentos cada vez mais comuns nas praças de pedágio da BR-101 no Espírito Santo, motoristas reclamam que chegam a ficar mais de 15 minutos na fila para efetuar o pagamento. Situação contraditória ao estabelecido em contrato de concessão da rodovia, que prevê isenção de tarifa de pedágio quando a fila de veículos chegar a 200 metros ou o motorista esperar por mais de 15 minutos para pagar a taxa.
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Considerando um veículo de 5 metros, a distância não poderia ultraar 40 carros enfileirados. O contrato também estabelece marcação na pista informando ao motorista a chegada da marcação de 200 metros. Não há informações sobre penalidades à concessionária pelo descumprimento.
Mas quem cruza frequentemente as praças do pedágio enfrenta uma longa espera, principalmente no trecho da Serra. É o caso do coordenador comercial Tiago Ravaiani, que esperou ontem mais de 15 minutos para pagar o pedágio na praça localizada depois do bairro Cidade Nova da Serra, antes de Timbuí. Segundo ele, no local só tem uma cabine funcionamento e os motoristas fizeram um buzinaço em protesto. “Só depois do protesto, mais cabines começaram a funcionar”, disse.
O promotor de vendas Gean Roriz contou que nunca viu mais de três cabines funcionando no trecho da Serra. “E mesmo ando por várias filas, de mais de 20 minutos, nunca vi a cancela ser liberada.”
Liberação das cancelas nunca foi feita
Questionada sobre a fiscalização e o número de vezes em que a concessionária liberou a catraca em cumprimento ao contrato, a ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) respondeu que a liberação da cancela nunca foi feita.
De acordo com a Eco101, a concessionária trabalha para garantir a fluidez do tráfego, empregando todos os recursos necessários no atendimento ao contrato. Esclarece ainda que não há um quantitativo mínimo de cabines previsto em contrato, mas que trabalha para proporcionar um nível de serviço satisfatório ao usuário, conforme o volume de tráfego. Sobre a existência de marcação da distância de 200 metros no chão, a concessionária não respondeu.
Limite nos trechos estaduais
Um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa quer limitar as filas a 200 metros de veículos, com tempo de espera de 10 minutos, em rodovias concedidas no estado, como a Terceira Ponte.
O texto, de autoria do deputado estadual Fabrício Gandini (PPS), prevê multa de R$ 3,5 mil em caso de descumprimento. Segundo a Rodosol, concessionária responsável pela Terceira Ponte, a empresa cumpre os termos determinados no contrato fiscalizado pela Arsp (Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo).
