Papagaios apreendidos pela PF serão reabilitados fora do ES

Seis filhotes de papagaios chauá apreendidos pela PF receberam cuidados no Hospital Veterinário da Uvv, em Vila Velha. Foto: Raphael Araújo

Um grupo de papagaios chauá retirado à força da natureza por caçadores no Norte do Espírito vai embarcar, nesta sexta-feira (19), em uma longa viagem. Eles serão entregues a pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade Federal de São Paulo (USP) para um projeto um tanto quanto especial.

Os animais foram apreendidos pela Polícia Federal no último dia 9 em uma operação que contou com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Na ocasião, quatro pessoas foram presas por envolvimento com uma organização criminosa especializada no tráfico de animais silvestres em território capixaba.

Logo após a apreensão, os pássaros foram colocados sob os cuidados do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, na Serra. Por conta das condições em que se encontravam, seis das 24 aves tiveram que ser transferidas para o Hospital Veterinário da Universidade de Vila Velha onde receberam os cuidados médicos.

Professora de clínica, manejo e conservação de animais selvagens da UVV Flaviana Guião Leite. Foto: Raphael Araújo

“Como foram capturados dos ninhos praticamente recém-nascidos, foi preciso uma atenção maior para aliviar o estresse e garantir uma alimentação adequada aos filhotes. O Cetas oferece um tratamento excelente, mas por sermos um hospital, temos a estrutura para atender qualquer necessidade”, explicou a professora de clínica, manejo e conservação de animais selvagens da UVV Flaviana Guião Leite.

Já em boa saúde e condições de viagem, os seis filhotes que estão na UVV vão se reunir aos demais papagaios que estão no Cetas e serão entregues a pesquisadores de São Paulo que atuam com a reintrodução de animais na vida selvagem. No futuro, os papagaios capixabas serão soltos no estado de Alagoas, com a missão de repovoar uma área onde a espécie está praticamente extinta.

Para isso, no entanto, eles ainda terão que ar por um período de readaptação. “Com esses profissionais, eles vão reaprender a comer sozinhos e aos poucos vão se adaptar ao ambiente selvagem e a outras aves. Alguns programas podem levar até mais de um ano, mas o processo depende de muitas variáveis, inclusive da própria adaptação do animal”, disse a professora Flaviana.