Dia a dia
O cooperativismo faz parte da vida dos capixabas
Essa filosofia de vida secular assume um importante papel para os capixabas de forma geral, apresentando-se como uma das opções mais viáveis para promover o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o social
Todos os dias, o casal Vívian e Eli Carlos Betzel desenvolvem diversas tarefas. O tempo é distribuído, principalmente, entre as atividades domésticas, o trabalho fora de casa e o cuidado com as duas filhas, as pequenas Júllia, de 13 anos, e Helena, de seis. Além do amor compartilhado entre eles, a família também divide, na rotina diária, um outro sentimento: a paixão pelo cooperativismo.
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Família fala sobre importância o cooperativismo. Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Vívian atua, há 17 anos, na cooperativa de crédito Sicoob. O marido assume a função de técnico agrícola há 21 anos na Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi). A filha mais velha, Júllia, é uma das alunas da Cooperativa Educacional Centro-Serrana (Escola Cooperação), além de ser vice-presidente da cooperativa mirim CooperJetibá. E a mais jovem, Helena, já é cooperada do Sicoob desde o nascimento.
O interesse de Vívian pelo cooperativismo começou ainda na sua infância. “Tive primas e primos que trabalharam em cooperativas e sempre vi a felicidade desse trabalho”, conta. Anos depois, ela teve a oportunidade de participar ativamente do cooperativismo como estagiária do Sicoob. Desde então, não parou mais. O estágio virou emprego, e o cooperativismo, uma história de amor.
Já para o seu marido, Eli Carlos, o cooperativismo surgiu como uma oportunidade de ingresso no mercado de trabalho após se formar como técnico agrícola e pecuário, ainda na década de 1990. Hoje, ele sente orgulho do trabalho que desenvolve na Coopeavi. “Percebi que, mesmo após mais de 20 anos, ainda não consegui colocar todo o meu conhecimento em prática, porque a agricultura é uma atividade que se atualiza todos os dias. Tenho orgulho do que faço”, relata.

Júllia é vice-presidente da CooperJetibá. Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Caminho parecido segue a filha mais velha do casal. Aos 13 anos, Júllia já assume a função de vice-presidente da cooperativa mirim CooperJetibá, oportunidade que, segundo ela, tem contribuído para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. “Na cooperativa, tomamos decisões importantes sempre em equipe e temos a oportunidade de ajudar aqueles que mais precisam com ações voluntárias. Também temos o nosso projeto voluntário, onde produzimos biscoito e vendemos os nossos produtos. amos por todo o processo de produção, desde a compra dos materiais até o valor de venda, ao mesmo temo em que fazemos a gestão financeira dos investimentos. Já estamos nos preparando para o mercado de trabalho”, diz.
A experiência positiva com esse modelo de negócios tem sido tão importante que a eles aram a usar produtos e serviços de outras cooperativas. “Utilizo muito os serviços da Unimed, com a qual já realizei alguns procedimentos cirúrgicos. E a educação da minha filha é feita pela Escola Cooperação, porque quero que ela cresça valorizando, entendendo e fazendo parte de uma instituição que possa ensinar mais do que apenas as matérias do currículo obrigatório de uma escola”, conta Vívian.
E essas não são as únicas participações que o cooperativismo tem na vida da família. No cuidado com a saúde até os alimentos que fazem parte das refeições, esse modelo de negócios deixa sua marca. Vívian e Eli Carlos são duas das mais de 400 mil pessoas cooperadas em uma das 119 cooperativas capixabas registradas no Sistema OCB/ES.
Forte atuação no estado
Mas não é apenas na rotina dos cooperados que o cooperativismo se faz presente de forma constante. Essa filosofia de vida secular assume um importante papel para os capixabas de forma geral, apresentando-se como uma das opções mais viáveis para promover o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e o social. Prova disso é que, de acordo com Censo 2018, o cooperativismo representa 4,25% do PIB Espírito Santo. Ou seja: gera renda, oportunidades e, consequentemente, benefícios sociais.
Atualmente, o cooperativismo possui sete ramos de atuação que englobam a oferta de diversos produtos e serviços. São eles: Agropecuário; Consumo; Crédito; Infraestrutura; Trabalho, Produção de Bens e Serviços; Saúde; e Transporte. Em resumo, ele está no café consumido todos os dias pela manhã e nos laticínios que acompanham o pão fresquinho; nas consultas médicas e odontológicas; nas transações de crédito; nas viagens para conhecer pontos turísticos do estados e de todo o Brasil; e até mesmo no momento em que alguém decide mudar de casa, apenas para citar algumas situações.
O cooperativismo apresenta uma gama diversa de opções para o capixaba. É o que explica o superintendente do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira. “O Espírito Santo tem um cooperativismo muito forte e articulado, pois atua de maneira estratégica em diversas frentes.

Carlos André Santos de Oliveira, superintendente do Sistema OCBES. Foto: Assessoria de Comunicação-SistemaOCB/ES
Do cuidado com a saúde ao transporte de turismo, das unidades educacionais às instituições financeiras, dos produtos agro que consumimos em nossas refeições aos serviços que contratamos, em todos eles, o cooperativismo tem excelente opções a oferecer. E o melhor: itens que carregam os valores cooperativistas”, diz.
Os valores citados por Carlos André são como bússolas que orientam o cooperativismo. E são eles, também, que diferenciam esse modelo de negócio de outros. São sete princípios que norteiam a atuação das cooperativas: Adesão Livre e Voluntária; Gestão Democrática; Participação Democrática; Autonomia e Independência; Educação, Formação e Informação; Intercooperação; e Interesse pela Comunidade. A partir dessas orientações, as cooperativas realizam suas atividades tendo como foco, em todas as suas ações, as pessoas.
“São esses princípios que fazem do nosso modelo de negócios o que ele é: a melhor opção para alinhar o desenvolvimento econômico com o social. O cooperativismo traz o protagonismo para os cooperados. Eles não são somente colaboradores ou clientes, mas, principalmente os donos do negócio. Isso envolve e cria um sentimento de pertencimento que é extremamente importante para que os resultados alcançados possam ser os melhores possíveis”, completou o superintendente.
Além disso, o sétimo princípio do cooperativismo é o Interesse pela Comunidade. E para manter vivo esse valor, as cooperativas desenvolvem anualmente diversas ações de solidariedade com foco no desenvolvimento e bem-estar das comunidades nas quais estão inseridas. Neste ano, por exemplo, algumas ações promoveram a doação de alimentos, produtos de limpeza e dinheiro para instituições de cuidado com idosos, de crianças e de tratamento contra o câncer infantil, além do incentivo à doação de sangue, entre outros projetos.
Seja por participação direta, seja pelo consumo de produtos e serviços ou pelos benefícios trazidos para o bem-estar social e o desenvolvimento econômico, o cooperativismo faz parte da história e da rotina do capixaba.
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