Dia a dia
Novas gerações de músicos mantêm legado do choro
Dupla Hepta Sopro participa de live com Raimundo Machado no projeto Espírito Som, nesta quinta-feira (27)

Matheus Viana (direita) e Luciano Furtado formam a dupla Hepta Sopro. Foto: Reprodução
Influenciados pelo amor à música, muitos artistas das novas gerações agarram todas as oportunidade para apresentar seus trabalhos e pôr o talento em prática. Normalmente, esses primeiros os acabam sendo trilhados na noite, como é o caso dos jovens Luciano Furtado e Matheus Viana, que vão acompanhar o músico Raimundo Machado em mais um show do projeto “Espírito Som”, marcado para esta quinta-feira (27), a partir das 18h50, com transmissão para todo o estado.
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Além de companheiros de palco, os dois também são os responsáveis pelo projeto de música instrumental “Hepta Sopro”, que existe desde 2018. Juntos, fazem apresentações em casas de shows, bares e eventos, tocando canções autorais e interpretações de grandes nomes do choro, como Hamilton de Holanda, Altamiro Carrilho e Sexteto Gaúcho. Cada um possui uma especialidade: a de Matheus é a flauta transversal e a de Luciano é o violão de sete cordas.
Essa parceria começou na Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), quando eles se conheceram em um festival de música em Domingos Martins. Trocaram os números de telefone, fizeram ensaios e, a partir dali, decidiram trabalhar lado a lado. “Comecei a minha carreira estudando música erudita: Bach, Mozart, Beethoven… Só que aí, com o tempo, fui me interessando pela música popular. Pensei que acabaria ficando no jazz, mas o Luciano abriu meus horizontes quanto ao choro”, conta Matheus.
Em 2019, os dois lançaram um primeiro EP, que carrega o nome da dupla. Com cinco faixas, o trabalho busca experimentar diferentes combinações de sons a partir da flauta e do violão, trabalhando em arranjos não-tradicionais com os dois instrumentos. “O que se faz, tradicionalmente, é deixar o violão de lado e tornar a flauta uma protagonista. No nosso projeto, tentamos propor que o violão seja mais que um violão e uma flauta seja muito mais do que uma flauta. Como são apenas dois instrumentos, precisamos fazer com que eles soem interessante, sem cair na mesmice”, explica Matheus.
Longe da noite, Matheus e Luciano se dividem entre estudos na Fames, na Universidade do Espírito Santo (Ufes), aulas particulares e até em ensaios com escolas de samba, embora elas tenham sido paralisadas nestes últimos meses devido à pandemia. É possível destacar o trabalho de Luciano nos grupos especiais de Jucutuquara, São Torquato, MUG e Novo Império.
Troca de experiências
Eles conheceram o músico Raimundo Machado no projeto social “Tocando na Vila”, em Vitória, que trabalha com crianças em situação de vulnerabilidade social. Luciano, inclusive, já foi um dos alunos do projeto, mas acabou virando, junto com Matheus, um dos professores. Lá, foram apresentados às grandes paixões do ex-integrante das bandas H2O e Chorões da Ilha: Pixinguinha, João Nogueira, Cartola e Paulinho da Viola.
“Sempre ouvíamos ele tocando choro com os alunos, o que acabou virando uma inspiração para nós dois”, diz Luciano. Há três anos, Raimundo os convidou para uma apresentação em grupo e, desde então, essa parceria vem ganhando novos palcos da Grande Vitória.
“Essa apresentação no ‘Espírito Som’ envolve duas gerações de músicos: a minha, que já atuo no ramo há muitos anos, e um grupo de jovens que estão despontando no estado. Todos eles estão na faixa dos 20 a 22 anos, começando suas carreiras. Estão podendo colocar em prática o que aprenderam na sala de aula”, afirma Raimundo.
