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Nova polêmica sobre afastamento de pastor da Praia do Canto

No último fim de semana, membros da Igreja Batista da Praia do Canto fizeram um ato em favor ao pastor Usiel Carneiro de Souza

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No último fim de semana, membros da Igreja Batista da Praia do Canto fizeram um ato defendendo a permanência de Usiel Carneiro nas atividades da igreja. Foto: Divulgação

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) elegeu o desembargador Sérgio Ricardo de Souza para julgar o recurso apresentado pelo pastor afastado da Igreja Batista da Praia do Canto, Usiel Carneiro de Souza. O religioso está afastado de suas funções após um processo movido por 25 ex-membros da congregação que o acusam de desvio doutrinário. 

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A desembargadora Débora Maria Ambos Corrêa da Silva era a responsável por analisar o recurso impetrado pelo pastor para reassumir as funções na igreja, mas ela alegou, de acordo com o religioso, impedida por motivos pessoais. 

Já é o segundo magistrado que desiste do caso alegando impedimento para julgar o recurso. O primeiro foi o desembargador Jorge Henrique Valle dos Santos. Ele seria casado com uma das fiéis que acusam o líder religioso de desvio. 

“Ele eticamente então declarou-se impedido. Desejo muito que o caso seja apreciado. Desejo muito ser ouvido e poder ver o fim desse drama que só traz prejuízos à igreja e à imagem da igreja batista. Uma comunidade de fé está sofrendo. Um pregador do Evangelho está impedido de servir à sua igreja. Minha oração e esperança é que o Exmo. Desembargador antecipe-se e responda ao anseio de nossa igreja por ver a ordem reestabelecida, declarou Usiel. 

Em uma decisão judicial, o pastor terá que pagar uma multa de R$ 10 mil por dia caso insista em manter suas atividades na igreja, inclusive de conduzir os cultos. Além disso, na liminar, o religioso também teve que entregar as chaves da igreja, bem como senhas de contas bancárias e de redes sociais da congregação. 

O pastor Usiel Carneiro foi afastado das atividades da Igreja Batista da Praia do Canto. Foto: Divulgação

Na mesma publicação, a Justiça determina um novo presidente para a igreja, Jaime Mendes Peçanha, embora isso esteja em desacordo com o que diz o estatuto da Convenção Batista, que determina que somente a assembleia geral da entidade pode eleger sua diretoria. 

“Ora, eu não tenho as chaves da igreja, não abro e fecho a igreja. Entreguei as chaves que tinha: as da minha sala de uso pessoal que contém objetos e livros meus. Senhas de conta bancária são de propriedade da igreja e dos diretores de área e são usadas em seus aparelhos celulares e computadores. A liminar não me impedia de realizar cultos ou usar as redes sociais da igreja. Tanto eu como meus advogados compreendemos assim. Creio que o juiz foi induzido a erro pelos demandantes. Logo, não posso nutrir outro sentimento senão o de que sofri uma punição que não merecia”. 

Apesar da derrota parcial, Usiel acredita que vai reverter a decisão após o desembargador analisar seu recurso. 

“Tenho afirmado e reafirmo: acredito na Justiça. Tenho consciência completamente em paz sobre meu comportamento, meu ministério pastoral, o que ensino e prego. Estou seguro e desafio a convenção e ao grupo que age contra mim a demonstrar objetivamente que doutrina Batista eu estaria violando. Na verdade, vejo-me muito mais fiel às doutrinas Batistas do que o grupo que me persegue e os líderes batistas que o apoiam. Prezo pela liberdade de pensamento e pela democracia, princípios fundamentais do doutrinamento Batista”, afirmou. 

Manifestação de apoio

No último domingo, a grande maioria dos membros que estão ao lado do pastor fizeram um protesto em frente à igreja após seu afastamento, que ele alega ainda não ter sido notificado. 

O ex-vice-presidente da Igreja, Ademir Cardoso, também saiu em defesa de Usiel e garantiu que a esmagadora maioria dos membros está com o pastor afastado e lhe dando-lhe total apoio.

A Igreja está unida como jamais esteve. Acreditamos na liderança do nosso Pastor Usiel  e não estamos conseguindo entender como pode isso estar acontecendo. Reafirmamos nossa confiança na Justiça”, disse.

Após a manifestação, Usiel afirmou que a igreja o reconhece como seu pastor e tem expressado de maneira tocante esse amor e respeito.

“Sinto-me tocado e fortalecido para seguir firme. Agora, não me dobrarei a esse grupo que de forma tão desonesta e mentirosa tem levantado acusações, nenhuma comprovada, contra mim. Apenas não represento o que eles gostariam, pois nutrem compreensões e ideias sobre a fé cristã que eu rejeito. E eles revelam ódio por isso. Alguns querem fazer do ambiente Batista um espaço que não ite alguém que pensa diferente da maioria”, disse. 

O outro lado

A reportagem do ES360 procurou o advogado Fábio Lucianno Ferreira de Moraes, que representa o grupo de ex-membros da igreja. Em nota, ele afirmou que as decisões da Justiça estão sendo tomadas de acordo com sentença do Concílio Decisório, conforme regras do Estatuto Social da Igreja.

“Foi dada, na ocasião, oportunidade para o pastor Usiel se manifestar perante o Concílio, o qual ele não o fez. Cabendo agora ao Poder Judiciário tomar decisões conforme está preceituado no Estatuto da Igreja e nas regras parlamentares da Convenção Batista Brasileira em homenagem ao princípio de liberdade religiosa e das decisões dos órgãos internos da igreja”, diz o comunicado.