Dia a dia
Nem salário de R$ 28 mil atrai médicos para o interior, diz Nésio
Nésio Fernandes falou também sobre o Programa Mais Médicos
No seu segundo dia de trabalho no Ministério da Saúde, o secretário de Atenção Primária do Governo Federal, Nésio Fernandes, concedeu entrevista à Rádio BandNews Vitória FM nesta quarta-feira (4) e falou sobre os desafios que terá na nova função.
Entre eles, está a necessidade de atrair médicos para a atenção básica de saúde para os municípios e regiões do interior dos estados brasileiros em que faltam médicos para atender à população.
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Durante a entrevista, ele explicou que a questão salarial não é somente o que define a permanência de médicos nessas localidades.
“Em 2012 eu visitei um município no Amazonas que o salário era de R$ 28 mil para uma jornada de 40 horas semanais. E não conseguia fixar médicos. E isso não se resolve apenas com questão salarial”, disse.
E prosseguiu: “É uma questão de qualidade de vida, de o rodoviário e da dinâmica da própria especialização que os médicos querem. Haverá muitas décadas ainda no Brasil que ou se recruta de maneira compulsória ou não vai se conseguir profissionais para esses municípios”, explicou.
O ex-secretário de Saúde do Espírito Santo disse ainda durante a entrevista que a pasta tem um orçamento de 34 bilhões para este ano para serem aplicados em projetos nos municípios brasileiros.
Ele afirmou que o relançamento do programa Mais Médicos, criado no Governo de Dilma Rousseff, será fundamental para alcançar a marca de 95% dos municípios contemplados com atenção básica de saúde.
Segundo ele, não há em um primeiro momento possibilidade de recrutar médicos cubanos para atuar em regiões interioranas.
“Vamos apostar em médicos formados no Brasil. Caso existam vagas remanescentes serão oferecidas para médicos brasileiros formados no exterior e só depois, se ainda tiver vagas, recrutar médicos do exterior”.
Atualmente, o número de médicos por mil habitantes no Brasil é de 2,4 enquanto em outros países o índice é de 5,5 por mil habitantes.
Veja abaixo a entrevista na íntegra:
