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Dia a dia

Covid é mais letal para os pacientes da rede pública no Espírito Santo

Segundo estudo da Ufes, 32% dos internados atendidos por planos de saúde morreram; esse índice de mortalidade atinge 80% no caso de pacientes do SUS

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Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) em parceria com o IJSN (Instituto Jones dos Santos) apontou que as mortes por covid-19 no estado ocorreram 2,5 vezes mais com pacientes atendidos pela rede pública quando se comparam com os números das pessoas atendidas na rede privada. 

O estudo analisou os dados da doença no Espírito Santo até 14 de maio. Das 420 pessoas que foram internadas tanto na rede pública como na rede particular, 220 morreram e 200 tiveram alta. Desse total de pacientes, 243 eram da rede privada: 165 tiveram alta e 78 morreram. Já a rede pública atendeu 175 internados, sendo que somente 35 pacientes tiveram alta; outros 140 morreram, 80% dos hospitalizados. Além disso, o estudo indicou que 33% dos pacientes não apresentavam comorbidades. 

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Ufes: Ethel Maciel defende a elaboração de políticas públicas. Foto: Divulgação

Ethel Maciel disse que mortes ocorreram mais de pacientes do SUS. Foto: Divulgação

Segundo a epidemiologista e pesquisadora da Ufes, Ethel Maciel, que participou do estudo, a análise concluiu que o agravamento das mortes pela covid-19 nos hospitais públicos ocorreu devido aos pacientes do SUS terem mais comorbidades, sendo que muitos não tratavam ou não controlavam bem  doenças como diabetes, hipertensão e outros.

“Temos uma população grande que é dependente do SUS e que está chegando ao serviço de saúde em estado muito grave. Muitos são hipertensos e diabéticos que não tomam remédios controlados ou não fazem acompanhamento médico frequente. A epidemia evidenciou as desigualdades em saúde, pois quando chegam com a covid esse cuidado anterior faz diferença na evolução do quadro”, destacou. 

Na avaliação de Ethel, o fato de o número de mortes e casos terem aumentado após o período analisado – até 14 de maio – não deve mudar muito a situação avaliada na pesquisa, do número de mortes superior na rede pública.