Dia a dia
Médico é condenado por matar miss no Espírito Santo
Celso Luís Ramos Sampaio foi sentenciado a 27 anos e 9 meses pela morte de Rayane Berger, em crime ocorrido em 2015

Rayane Luiza Berger, de 23 anos, foi assassinada em 2015 na zona rural de Santa Maria de Jetibá. O crime foi classificado como feminicídio. Foto: Divulgação
O médico Celso Luís Ramos Sampaio foi condenado a 27 anos e nove meses de prisão pelo feminicídio da companheira, Rayane Luiza Berger, de 23 anos. O crime aconteceu em junho de 2015, na zona rural de Santa Maria de Jetibá. A decisão foi do Tribunal do Júri, em sessão realizada nesta quarta-feira (21), no Fórum Criminal de Vitória.
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O Poder Judiciário determinou a prisão imediata do réu, que deverá cumprir pena em regime inicialmente fechado. A sentença também prevê o envio dos autos ao Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) para apuração de infração ética, o que pode resultar na cassação do registro profissional.
Além da pena de prisão, a Justiça bloqueou bens e valores do condenado e fixou uma indenização de R$ 500 mil por danos morais à família da vítima.
Crime foi qualificado como feminicídio
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) sustentou a tese de homicídio qualificado, com três agravantes: motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e contexto de violência doméstica — caracterizando feminicídio.
O julgamento foi transferido de Santa Maria de Jetibá para Vitória, após pedido da defesa, que alegou risco à segurança do acusado e possibilidade de parcialidade dos jurados na cidade onde o crime causou forte comoção.
Inicialmente marcado para 13 de março, o júri foi adiado após a defesa obter uma liminar, alegando ausência de mídias anexadas ao processo.
Entenda o caso
O crime ocorreu no dia 6 de junho de 2015, nas proximidades do distrito de Alto Rio Possmoser, em Santa Maria de Jetibá. De acordo com a denúncia, Celso dopou Rayane com medicamento de uso controlado e, em seguida, desferiu golpes na nuca da vítima utilizando um objeto contundente.
Depois do assassinato, o médico colocou o corpo no carro e simulou um acidente. No dia seguinte, ciclistas encontraram o veículo submerso em um rio às margens da estrada e acionaram os Bombeiros Voluntários. O corpo de Rayane foi localizado no banco do carona, sem cinto de segurança e com marcas de violência.
Perícias identificaram que o carro estava trancado, sem sinais de frenagem e com os airbags intactos, o que reforçou a suspeita de que não se tratava de um acidente, mas de um crime premeditado.
Histórico de violência
Conforme o Ministério Público, o relacionamento entre Rayane e Celso era conturbado, com várias separações e reconciliações. O MP também destacou que o réu já cumpria pena de 16 anos de prisão por outro homicídio — o assassinato de um colega de profissão.
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