Dia a dia
Mais de 900 mil pessoas vivem no Estado com R$ 425 por mês
Número refere-se aos inscritos no CadÚnico, sistema federal de concessão de benefícios. Dessas, metade recebe menos de R$ 146,90
Quase 80% dos inscritos no CadÚnico, sistema do governo federal para concessão de benefícios como o Bolsa Família, no estado vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, com menos de R$ 425,22 por mês. Ao todo, são 919 mil pessoas nessa situação. Desse total, metade recebe menos de R$ 146,90 por mês e vive na extrema pobreza. Os dados fazem parte do estudo “Perfil da Pobreza no Espírito Santo: famílias inscritas no Cadastro Único”, divulgado na última segunda-feira pelo IJSN (Instituto Jones dos Santos Neves).
O levantamento é feito com base nas informações dos inscritos no CadÚnico e são referentes a março deste ano. No estado, 415.300 famílias estão inscritas no cadastro, sendo 39,7% na região metropolitana. As mulheres são responsáveis por 83,8% das famílias e também são a maioria entre os pobres (55,9%) e entre os extremamente pobres (57,1%).
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O diretor de Integração e Projetos Especiais do IJSN, Pablo Lira, explica que a cobertura do cadastro no estado é bem próxima da realidade, ou seja, abrange a maior parte das pessoas que se encontra em adversidades sociais e econômicas. Por isso, é também um retrato da situação econômica atual. “A crise econômica vivida no país a partir de 2015 ampliou a vulnerabilidade dos grupos sociais que se encontram próximo ou abaixo da linha da pobreza. São cerca de 12 milhões de desempregados”, ressalta.
A situação da Grande Vitória
Além de concentrar a maior parte dos inscritos no CadÚnico, a região metropolitana tem a maior concentração de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e da extrema pobreza. Na Grande Vitória, 81,4% dos cadastrados estão abaixo da linha da pobreza, sendo 55% na extrema pobreza. Considerando os municípios isoladamente, as maiores taxas estão no interior do estado (veja ao lado).
Lira explica que o estudo contribui para a elaboração e melhorias das políticas públicas no âmbito do estado. “O objetivo é dar a essas famílias condições de se emanciparem, seja por meio de capacitação ou de uma série de outros programas sociais. Não é objetivo que elas permaneçam dependendo dos programas de transferência de renda”, diz.
Raio-X do CadÚnico no Espírito Santo
Renda:
– R$ 268,92 é a valor per capita das pessoas inscritas.
Bolsa Família:
– 415.300 famílias no estado estão inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal). Destes, 39,7% estão na região metropolitana. As mulheres são responsáveis por 83,8% das famílias inscritas.
Percentual de pessoas por cor ou raça:
– 63,5% são pardos;
– 9,1% são pretos;
– 25,5% são brancos.
Pobreza e extrema pobreza:
– 919 mil pessoas (78,2% dos inscritos) vivem com menos de R$ 425,22 por mês, ou seja, estão abaixo da linha de pobreza. Desse total, 575 mil (49%) vivem com menos de R$ 146,90, na extrema pobreza.
Municípios com maiores taxas de pobreza (% dos inscritos):
– Ibitirama: 89,7%;
– Brejereba: 88,7%;
– Água Doce do Norte: 86,4%;
– Irupi: 86,2%;
– Apiacá: 85,4%.
Municípios com maiores taxas de extrema pobreza (% dos inscritos):
– Água Doce do Norte: 74%;
– Ibitirama: 69,6%;
– Laranja da Terra: 64,4%;
– Apiacá: 63,3%;
– Afonso Cláudio: 62,8%.
Educação
– 9,6% das pessoas inscritas no CadÚnico com 15 anos ou mais anos são analfabetas
– 80,7% das crianças com idade até 3 anos não frequentam escola ou creche
– 56,5% dos que têm mais de 25 anos de idade possuem apenas o ensino fundamental incompleto
– Na faixa etária de 4 e 5 anos, o percentual cai para 77,3%. Já na faixa de 4 a 17 anos, somente 7,2% não frequenta a escola.
