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Dia a dia

Mais de 14 mil quilos de carne são apreendidos em Vila Velha

Nas salas de produção foi encontrado restos de cortes suínos sobre mesas e bancadas em condições precárias de higiene

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Apreensão de carne em Vila Velha. Foto: PMVV

Apreensão de carne em Vila Velha. Foto: PMVV

Mais de 14 mil quilos de carne clandestina foram apreendidos na empresa Leve Carnes LTDA ME, situada no Bairro Ilha das Flores, em Vila Velha. Essa foi uma das maiores apreensões de carne no município e contou com a participação das equipes de fiscalização do Serviço de Inspeção Municipal (SIM) da Diretoria de Agricultura e Pesca da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Semdec) – com o apoio conjunto da Guarda Municipal e do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf).

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Ao chegar ao local, as equipes foram impedidas de entrar por uma funcionária do estabelecimento, que protelou a permissão da fiscalização ao alegar que a empresa estava ando por uma limpeza interna. Cerca de 30 minutos depois, os técnicos e fiscais fizeram uso de suas prerrogativas oficiais e legais, e exerceram o direito de o à empresa mesmo sem permissão.

De acordo com as equipes de fiscalização, nas salas de produção foram encontrados restos de cortes suínos sobre mesas e bancadas em condições precárias de higiene e sem resíduo de sangue. Além de moscas e outros insetos sobre as carnes.

Nas câmaras de meias carcaças de suínos, havia grande quantidade de costelas, toucinhos e outros cortes de carne (com osso e sem osso), todos com aspecto de contaminação bacteriana, coloração amarelada e esverdeada, sendo que muitas peças já estavam em estado de putrefação. Também foram constatados diversos produtos com data de validade já vencida.

INFRAÇÕES

Foram lavrados três autos de infração para o empreendimento: o primeiro, refere-se à visita que o Ministério Público solicitou ao Serviço de Inspeção Municipal. O segundo, à manipulação e ao comércio de carne clandestina. E o terceiro, à necessidade de garantir fiel depositário para as mercadorias apreendidas e que se encontram armazenadas com lacre do IDAF, envoltas em fita adesiva, aguardando o recolhimento final.

Trata-se de produtos alimentícios em flagrante situação irregular, e também em condições precárias de higiene, armazenagem, manuseio e envasamento – além de outras não-conformidades em relação às normas técnicas e à legislação sanitária –, que configuram gravíssimos crimes contra a saúde pública, contra a economia popular, contra as relações de consumo e contra as boas práticas de industrialização artesanal e de comercialização no mercado.

ENCAMINHAMENTO

Apreensão de carne em Vila Velha. Foto: PMVV

Apreensão de carne em Vila Velha. Foto: PMVV

Todo o material apreendido foi lacrado pelas equipes de fiscalização e a primeira remessa de carne suína clandestina foi recolhida por um caminhão da empresa “GranVitória”, designada pelo Idaf para recolher e dar destinação correta aos produtos apreendidos. A carga foi transferida para um depósito credenciado da empresa, localizado em Timbuí, no município de Fundão, onde os produtos serão triturados para produção de ração. E nesta segunda-feira (13), a operação será finalizada com a retirada de outras duas remessas de carne que aguardam recolhimento.

HISTÓRICO

A empresa Leve Carnes LTDA ME possui histórico de irregularidades. Em 05 de julho de 2022, o estabelecimento sofreu a apreensão de aproximadamente 15 toneladas de carne clandestina que estavam sendo fracionadas, embaladas sem autorização e vendidas em 40 supermercados da Grande Vitória. Agora, reincidiu nos mesmos crimes cometidos anteriormente, continuando a colocar em risco a saúde da população, que acreditava estar comprando produtos seguros e apropriados para o consumo.

Novamente, nesta sexta-feira (10/03), mesmo sem autorização, os cortes de carne da referida empresa continuavam sendo feitos em condições inadequadas de higiene e as embalagens ainda continham informações que garantiam aos consumidores tratar-se de produtos devidamente inspecionados. Esta irregularidade pode ser tipificada como crime de falsidade ideológica, até porque o proprietário possuía uma indústria classificada como entreposto de compra e revenda, mas na verdade atuava como frigorífico clandestino.

A empresa Leve Carnes LTDA ME detinha a devida autorização para comprar e revender peças de carne, mas no entanto, manuseava, cortava as peças em pedaços menores e as embalava para vender aos supermercados, ainda que ciente da falta de permissão para manipular os alimentos.