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Largo da Batata Ruffles: entenda a polêmica envolvendo a PepsiCo

A prefeitura de São Paulo anulou a parceria com a Pepsico, que faria o Largo da Batata ser renomeado para “Largo da Batata Ruffles”, após críticas à cessão do espaço público

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Região do Largo da Batata, em São Paulo Foto: Luiz França/CMSP

Região do Largo da Batata, em São Paulo Foto: Luiz França/CMSP

A proposta de transformar o Largo da Batata, em São Paulo, em “Largo da Batata Ruffles” gerou polêmica nas redes sociais nesta sexta-feira (13). A Prefeitura da cidade anunciou que invalidou o termo de doação que estabelecia a parceria com a PepsiCo. A mudança incluiria ações promocionais e a divulgação da marca Ruffles no local, além de uma revitalização do espaço público.

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A decisão de anular o acordo foi confirmada por meio de uma nota oficial enviada à imprensa. Segundo o comunicado, o processo ará por uma nova análise documental, incluindo o tempo necessário para a manifestação da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (PU), que deveria avaliar a proposta. O PU é o órgão responsável por analisar projetos de intervenções em espaços públicos da cidade.

Críticas à cessão do Largo da Batata

A proposta gerou controvérsias, principalmente em relação ao valor da cessão do espaço. De acordo com o vereador eleito Nabil Bonduki (PT), a concessão foi feita “a preço de banana”, um valor considerado baixo para um espaço público tão emblemático. Bonduki, arquiteto e urbanista, criticou o uso do Largo da Batata para promover uma marca comercial, argumentando que a proposta não era adequada para a importância histórica e cultural do local.

O vereador também destacou que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana não foi consultada sobre o acordo, o que levanta dúvidas sobre a transparência e legalidade da gestão. Ele afirmou que a parceria não deveria ter sido firmada sem uma análise mais cuidadosa do impacto no espaço público e na cidade.

Reações nas redes sociais e impacto cultural do “Largo da Batata Ruffles”

O anúncio da parceria gerou uma reação imediata nas redes sociais. Muitas pessoas expressaram surpresa e indignação com a ideia de transformar o famoso Largo da Batata em uma propaganda para a marca de snacks. No X (antigo Twitter), os internautas reagiram de forma contundente, considerando a mudança uma “bizarrice” e uma tentativa de infantilizar um dos mais importantes pontos de encontro de São Paulo.

Para muitos, a proposta parecia absurda. Alguns internautas disseram que inicialmente pensaram que fosse uma piada de algum portal de humor. Outros questionaram como o nome de um espaço tão simbólico poderia ser alterado para promover um produto comercial.

A parceria e o programa “Adote Uma Praça”

O acordo fazia parte do programa municipal “Adote Uma Praça”, uma iniciativa que busca envolver a iniciativa privada na revitalização e manutenção de espaços urbanos. Este programa, criado com o intuito de melhorar áreas públicas, foi autorizado por meio de um decreto publicado em 28 de novembro de 2023, e o termo de doação foi assinado pelo subprefeito de Pinheiros, Alan Nunes Cortez.

O programa tem gerado debate sobre a privatização de espaços públicos e se a revitalização deveria ser bancada exclusivamente por recursos públicos, sem a necessidade de envolvimento de marcas comerciais. A proposta de nomeação do Largo da Batata gerou questionamentos sobre os limites da privatização de espaços que pertencem à comunidade.

A anulação e os próximos os

Após a repercussão negativa, a prefeitura de São Paulo decidiu reverter a proposta e suspendeu a parceria com a Pepsico. A reanálise do caso está em andamento, e a decisão final dependerá da revisão pela PU. Com a devolução do espaço à cidade, o Largo da Batata manterá seu nome histórico, pelo menos por enquanto, enquanto novas propostas são analisadas.

Essa polêmica levanta questões importantes sobre o uso de espaços públicos e como eles devem ser tratados em termos de intervenção pública e comercial. O futuro do Largo da Batata, portanto, ainda está em aberto, com mais discussões previstas para os próximos dias.