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Laços de família: após 48 anos, irmãos se conhecem em Vitória

Com atraso de décadas, encontro do artista Luiz Quintanilha, 60 anos, com o bombeiro militar Fabiano Paiva, 48 anos, aconteceu na Praia de Camburi, em Vitória, no dia 6 de setembro

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Foram 60 anos de um sentimento de que faltava um pedaço de si. Nem o ar do tempo apagou a vontade do artista Luiz Quintanilha abraçar o irmão que não conhecia. O encontro tão sonhado com o bombeiro militar Fabiano Paiva, 48 anos, aconteceu na Praia de Camburi, em Vitória, no dia 6 de setembro.

 

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Conheci hoje meu irmão (de sangue), Luiz Quintanilha. Um encontro que demorou quase 48 anos pra acontecer. A vida sempre surpreendendo.

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“Meu pai e minha se separaram quando ela ainda estava grávida. Eu cresci sem saber nada do meu pai. Ela só me contou que ele ainda estava vivo quando completei 18 anos. Aos 38 anos, tive o primeiro contato com meu pai. Ele me contou que havia casado e que tinha outros filhos. Foi quando eu pedi para conhecê-los, mas ele sempre postergava o encontro. Há uns 10 anos, voltei a ligar para meu pai e descobri que ele havia morrido. Então, comecei a tentar entrar em contato com meus irmãos”, lembrou Quintanilha.

O bombeiro Fabiano Paiva cresceu sem saber da existência do irmão. Diferentemente do que havia ocorrido com as irmãs do primeiro casamento do pai, com quem tinha uma convivência próxima. Pouco antes de o pai morrer, vítima de uma doença no pulmão, Fabiano soube que Luiz sonhava com o encontro.

O artista tentou contato por telefone algumas vezes com o irmão. Sem sucesso, acabou deixando de lado o sonho de conhecer o restante da família. Nove anos depois, o destino não deixou que a vontade morresse e colocou no caminho de Luiz Quintanilha um amigo em comum com o irmão. Mesmo com o empurrãozinho da vida, o encontro precisou de um pouco mais de tempo para acontecer.

Por meio das redes sociais, Luiz conseguiu entrar em contato com Fabiano. Os desenhos em aquarela expostos nas redes sociais do artista chamaram a atenção de Fabiano, que também cultiva o amor por desenhos. “Nosso pai também gostava muito de desenhar, está na nossa genética. Temos uma irmã do primeiro casamento dele que também é apaixonada por desenhos. Mas as obras do Luiz são impressionantes”, disse o bombeiro.

Nas trocas de mensagens, os irmãos viram a necessidade de um abraço. A pista de skate da Praia de Camburi, em Vitória, foi o palco para emocionante encontro, que, enfim, aconteceu. Ao ver Luiz, Fabiano não teve dúvidas: ali estava seu irmão, separado pela vida. “Ele me lembra muito nosso pai, não precisa nem de DNA. Foi como se eu já o conhecesse a vida toda. Ficamos conversando por umas três horas”, brincou Fabiano.

Após uma vida em busca do pedaço que faltava, Luiz não só encontrou uma irmão de sangue, mas um amigo de alma. Fabiano conta que depois de conhecer o irmão, já aproveitou para tomar um café da tarde na casa dele, com direito a conhecer o restante da família: cunhada e sobrinho. O carinho entre os dois alcançou outra meia-irmã, que já demonstrou o desejo de conhecer o artista assim que a pandemia do novo coronavírus acabar. Agora fica o sonho de reunir a família, separada pelo destino e pelo tempo durante tantos anos…