Iniciativas auxiliam empreendedores na crise do coronavírus

Microemprendedores podem ser beneficiados com empréstimos a juros mais baixos. Foto: Divulgação/Bandes

Com o objetivo de contribuir para que as micro e pequenas empresas tenham mais condições para atravessar a crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus, entidades estão disponibilizando fundos para empreendedores conseguirem realizar empréstimos com menos burocracia e juros mais baixos no Espírito Santo.

O Bandes (Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo), por exemplo, finaliza o estatuto e regulamento do Fundo de Aval Bandes, aprovado na segunda-feira (6) pela Assembleia Legislativa, e contará com R$ 100 milhões para subsidiar financiamentos realizados de diferentes portes e segmentos. O Fundo de Aval visa garantir a contratação de operações de crédito para financiamento junto às instituições financeiras.

Já o Fundo Desenvolve Rio Doce, direcionado a micro e pequenas empresas localizadas nos municípios do Espírito Santo e Minas Gerais atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), está reduzindo ainda mais a taxa, para juros a partir de 0,45% a.m. e com inclusão do IOF e taxa de abertura do crédito no financiamento. Para os contratos já existentes, serão adotadas ações e soluções específicas para ajudar a superar essa fase. As medidas valem até 30 de junho deste ano. O fundo foi criado pela Fundação Renova e é gerido no Espírito Santo pelo Bandes. Em Minas, é de gestão do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais).

Há também uma linha de crédito solidário sendo lançada pelo Banco Terra. Empreendedores da região 5 de Vila Velha e da Economia Solidária Capixaba vão poder pegar emprestado, sem juros, até R$ 600, com seis meses de carência e prazo de 18 meses para pagamento. O objetivo é auxiliar os trabalhadores que se encontram em dificuldade de gerar renda durante a crise causada pela pandemia do coronavírus. Os recursos para o programa foram disponibilizados pela Aderes (Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo). Para solicitar o cadastro é preciso ar o link: https://forms.gle/Uvh8Sh3u3Ex9s2Ln9

Fundo de Aval

No caso deste novo Fundo de Aval, criado pelo governo do Estado, ele tem o objetivo de prestar garantia (total ou parcial) aos empréstimos levantados por micro e pequenas empresas junto ao Banestes, que não consigam apresentar outras formas de garantia. Ou seja, o Bandes, por meio deste fundo atuará como avalista do empresário que contratará o recurso junto ao Banestes. Os recursos sairão do caixa do Tesouro Estadual e irão subsidiar as linhas de financiamentos já criadas pelos bancos públicos para combater a crise provocada pela pandemia do novo Coronavírus.

O diretor-presidente do Bandes, Maurício Cézar Duque, enfatizou que a instituição está alinhada ao cenário e ao momento. “Essas medidas fazem parte do esforço do governo para contribuir com as empresas que tiveram prejuízos causados pela retração econômica decorrente da pandemia da covid-19 tenham capacidade econômica para manter suas operações. São ações, que somadas às demais medidas adotadas pelo Governo, podem ajudar na recuperação destes empreendimentos, garantindo a geração de renda e emprego. O Bandes, tradicionalmente tem um papel social relevante e, neste momento, precisamos dar apoio necessário a esses empresários terem mecanismos que os apoiem a consigam se reerguer economicamente”, enfatiza Duque.

Fundo Rio Doce

Para serem beneficiadas, as empresas devem ter faturamento anual de até R$ 30 milhões e sede em um dos municípios da área de abrangência da fundação Renova. No Espírito Santo, participam os municípios de Linhares, Colatina, Baixo Guandu e Marilândia. As empresas podem solicitar empréstimos com valores entre R$ 10 mil e R$ 200 mil, com pagamento de 12 a 48 meses e até seis meses de carência para a primeira prestação. Para ter o ao crédito as empresas podem consultar as condições nos bancos.

“Com essas ações emergenciais, possibilitamos que as micro e pequenas empresas desses municípios tenham mais condições de enfrentar esse momento de dificuldade econômica no país, com a facilitação do crédito ou renegociação dos contratos vigentes, para que não paralisem seus negócios, mantenham postos de trabalho e contribuam para economia local”, diz o especialista da área de Economia e Inovação da Fundação Renova, Roberto Ruggeri.

Para a Diretora Operacional do banco de desenvolvimento capixaba, Maria Emilia Vieira da Silva, esse pode ser o momento ideal para o reequilíbrio financeiro das empresas. “Com a redução da taxa de juros, o crédito fica ainda mais vantajoso para quem procura os financiamentos e as empresas podem, por exemplo, adquirir insumos, honrar pagamentos de fornecedores e, principalmente, manter seus funcionários. Essa é uma das menores taxas do mercado”, explica.