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Grande Vitória tem melhora na qualidade do ar durante pandemia

Iema registrou redução de 65% de monóxido de nitrogênio, de 34% de monóxido de carbono e de 24% de dióxido de nitrogênio

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Trânsito intenso piora a qualidade do ar na Grande Vitória. Foto: Chico Guedes

As medidas de isolamento social implantadas há cerca de três meses na Grande Vitória para evitar o avanço do novo coronavírus contribuíram para a melhora na qualidade do ar das cidades. Pesquisa realizada pelo Iema (Instituto Estadual do Meio Ambiente) apontou uma redução de 65% na emissão de monóxido de nitrogênio, de 34% no monóxido de carbono, de 24% de dióxido de nitrogênio, além de queda de 23% das partículas inaláveis chamadas de MP10. Os três primeiros estão ligados ao tráfego de automóveis e as partículas, às atividades industriais.

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O estudo avaliou a concentração dos poluentes registrada no período de 24 de março a 30 de abril de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019, e foi levantado na estação de monitoramento da Enseada do Suá, em Vitória. Os dados meteorológicos foram registrados na estação de Carapina, município da Serra.

Segundo o coordenador de Qualidade do Ar, Áreas Contaminadas e Informações Ambientais do Iema, Alex Barcellos, a estação Enseada do Suá foi escolhida porque se localiza em ponto central da Grande Vitória, sendo diretamente impactada por fontes de emissão veicular, pela proximidade da Terceira Ponte. Além disso, ela também recebe as emissões industriais provenientes, principalmente, do Complexo de Tubarão.

Pó preto

Barcellos explicou que o estudo não realizou a comparação com a poeira sedimentável PM2,5, conhecida popularmente como o pó preto. “A poeira sedimentável é tudo o que se levanta e em algum momento sedimenta. Não foi possível fazer a comparaçã por causa do método de coleta do material particulado, que tem uma amostra do acumulado do mês. Precisávamos de mais medidas para comparar”, explicou.

A diminuição da circulação de pessoas, veículos e, em alguns casos, da produção industrial, impacta diretamente na quantidade de poluentes que são lançados na atmosfera, segundo constatou o relatório do Iema. Os resultados apresentados indicam que a redução das atividades sociais e econômicas em decorrência das medidas de redução da interação social impactaram na qualidade do ar da Região da Grande Vitória. Tal impacto, no entanto, não acontece de forma linear e proporcional.

O índice de ozônio não indicou diferenças significativas entre os cenários avaliados e houve aumento aproximado de 31% de dióxido de enxofre (SO2). Sobre o índice de dióxido de enxofre, Barcellos ressaltou que é importante levar em consideração que “os valores medidos são muito baixos, não sendo possível afirmar diferenças na concentração deste poluente”.

Segundo o relatório, ao contrário de outros poluentes primários gasosos, para o dióxido de enxofre verificou-se um aumento da concentração atmosférica na comparação entre os cenários. Para a região da Grande Vitória, as fontes industriais são a principal fonte de emissão de dióxido de enxofre. As fontes localizadas no Complexo de Tubarão são responsáveis por 88% das emissões de SO2 de origem industrial.

Redução em Vitória

A secretaria de Meio Ambiente de Vitória também realizou avaliação da qualidade do ar nos meses de isolamento social. Segundo o secretário Ademir Barbosa Filho, houve uma melhora significativa nos últimos meses de pandemia em relação aos dois primeiros meses do ano.

“Tivemos redução de 12% em três estações de monitoramento das partículas PM10, inaláveis. e ainda 25% de redução de dióxido de carbono e enxofre. As fontes são difusas, mas o que mais impacta é o trânsito e a indústria”, disse.

Para o secretário, a melhora na qualidade do ar na capital durante a pandemia pode trazer um impacto ainda mais positivo no futuro, com a possibilidade de mudança no ritmo de trabalho das pessoas e possivelmente menos locomoção diária. “Vimos que a diminuição dos veículos melhora muito a qualidade do ar. Quanto menos a gente se locomove, melhor vai ser a qualidade do ar e nossa saúde, o home office chegou para ficar. As pessoas também vão se locomover mais por bicicleta e por isso também estamos ampliando nossa malha cicloviária”, afirma.