Dia a dia
Gás de cozinha continua em falta no Espírito Santo
Muitos pontos de revenda estão sem abastecimento e quando as botijas chegam aos estabelecimentos, acabam em poucas horas

Moradores fazem fila para comprar gás na região da Grande São Pedro, em Vitória. Foto: Internauta
A busca por gás de cozinha continua sendo uma dificuldade para os moradores da Grande Vitória. Muitos pontos de revenda estão sem abastecimento e quando as botijas chegam aos estabelecimentos, acabam em poucas horas.
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Na manhã desta terça-feira (14), revendedores de gás de cozinha de Cariacica fizeram um protesto na BR-262. Eles alegaram que estão desabastecidos da mercadoria. As pequenos comerciantes alegam que quando recebem os botijões, a remessa não é suficiente para atender a demanda.
Moradores da Grande São Pedro, em Vitória, se aglomeraram em um ponto de revenda de gás de cozinha na corrida pela compra do produto no último sábado (11) no bairro Redenção. O estoque do estabelecimento acabou em 30 minutos.
“A situação continua a mesma. Não tem gás e as distribuidoras estão fechadas. Quando os botijões chegam, todo mundo corre para comprar. Mas, muitos tem que esperar a próxima carga chegar”, relatou o morador Ryan Gouveia.
Nesta terça-feira, a reportagem tentou entrar em contato com sete revendedoras de gás de cozinha. Seis não atenderam e um estabelecimento em Santo Antônio informou que não tem botijões no estoque e nem previsão de abastecimento.
Abragás
O presidente da Abragás (Associação Brasileira das Entidades da Classe das Revendas de Gás LP), José Luiz Rocha, informou que com o anúncio da pandemia do novo coronavírus, houve uma corrida às revendas para comprar o botijão de gás, o que resultou em um atraso na reposição do gás para as revendas e ainda não voltou ao normal.

Moradores fazem fila para comprar gás no bairro São Pedro, em Vitória. Foto: Internauta
Confira a nota da Abragás na íntegra
Com a redução do tráfego de veículos houve uma grande queda na venda de combustíveis no país, que acabou atingindo diretamente a produção de GLP na Petrobras.
A Petrobras ou a importar mais GLP, para suprir essa demanda inesperada, serão 350 mil toneladas de gás, equivalente a 27,4 milhões de botijões de 13 quilos que irão chegar durante o mês de abril.
Esse volume é suficiente para repor a escassez do gás nas revendas que na maior parte do país estão sem estoques, mas, o transporte não tem ajudado.
Hoje podemos dizer que temos GLP suficiente para atender a necessidade da reposição dos estoques assim como atender os consumidores, mas estamos travados no sistema logístico.
O Brasil não tem infraestrutura suficiente para enfrentar alterações bruscas no consumo de GLP.
O país já importava 30% do GLP consumido pelos brasileiros, com a Pandemia da covid-19 e a redução de consumo de combustíveis esse número poderá inverter, dessa forma entendo que, se medidas urgentes não forem tomadas para mudar a logística continuaremos travados pela ineficiência dos portos brasileiros e do transporte rodoviário de GLP.
É preciso que os navios gaseiros possam descarregar em mais portos estratégicos pelo Brasil para acelerar as entregas de GLP por dutos para as distribuidoras que efetuam o envase dos botijões.
Os revendedores e seus colaboradores estão em plena atividade, sem paralisações por conta da pandemia, mas não tem como garantir o atendimento aos consumidores, por falta de estoques.
Mesmo a Petrobras entregando a cota comprometida com as distribuidoras, a operação tem sido parcial devido ao recebimento regrado em relação ao consumo atual, mantendo um abastecimento racionado para manter os estoques parciais nas revendas o que não atende a necessidade dos consumidores.
O custo operacional das revendas tem aumentado muito especialmente aos que retiram o gás com caminhões próprios, os veículos rodam com cargas reduzidas devido ao racionamento nas distribuidoras além do tempo perdido em filas para as destrocas de vasilhames.
O Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Petróleo –ANP, estão monitorando diariamente o mercado de GLP, estão trabalhando para garantir o abastecimento nacional, mas mesmo com todo os esforços, o produto não tem chegado as revendas devido a precária logística entre a Petrobras e as distribuidoras.
