Dia a dia
Ex-namorado nega que tenha matado enfermeira grávida no ES
O suspeito de ass a enfermeira Íris Rocha, grávida de oito meses, foi preso na tarde desta quinta-feira em Viana

A Sesp detalhou a prisão do suspeito de matar a enfermeira Íris Rocha, de 30 anos. Foto: Divulgação (Sesp)
Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (18), a cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo detalhou como foi feita a investigação que chegou ao suspeito do assassinato da enfermeira Íris Rocha, 30 anos. O ex-namorado da vítima, Cleilton Santana, foi preso e negou envolvimento no crime.
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De acordo com a titular da DP de Alfredo Chaves, delegada Maria da Glória, Íris foi vista pela última na quarta-feira, 10 de dezembro, quando Cleilton foi buscá-la na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde ela fazia curso de mestrado.
O corpo foi encontrado no dia seguinte em uma estrada de chão de Alfredo Chaves, sul do Estado. A delegada contou que o suspeito antes do crime esteve na região serrana provavelmente para procurar o local para ocultar o corpo.
“O carro dele foi visto na quarta-feira, antes dela morrer. Temos todo o monitoramento e a prova que o veículo dele estava no local. O carro foi lavado, mas vamos fazer a perícia para tentar encontrar algum resquício de sangue que possa vir a provar os fatos”, disse.
Para a polícia, o crime foi premeditado. “Ele foi antes para ver a possibilidade de jogar o corpo lá. Depois jogou cal para não ter cheiro”.
Controlador
Ainda de acordo com a polícia, Cleilton ava 24 horas monitorando a enfermeira. “Ele controlava toda a vida dela. O telefone dela ficava com ele, respondia as mensagens dela. Ela era completamente controlada por ele”.
Durante a coletiva, a delegada explicou ainda que testemunhas contaram que ela já tinha sido agredida outras vezes. “Ela só andava com roupas de manga provavelmente para não mostrar as lesões. Às vezes aparecia com rosto lesionado e estava vivendo um relacionamento abusivo”.
O secretário de Segurança, Alexandre Ramalho, informou também que o suspeito controlava as amizades e as roupas que tinha que usar. “Um fato terrível, um monstro. Uma bela moça, com um futuro brilhante pela frente. Estava grávida, a Rebeca nasceria no dia 20 de fevereiro. Uma perda tremenda para uma sociedade que ainda tem o resquício do machismo, onde o homem encara a mulher como sua propriedade”, lamentou Ramalho.

Segundo a polícia, Íris já tinha sofrido outras agressões e vivia em um relacionamento abusivo. Foto: Divulgação
Motivação
A polícia ainda não sabe a motivação do crime, já que o suspeito negou que tenha participação no assassinato. De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil (PCES), José Darcy Arruda, a partir de agora será aberto um inquérito para concluir as investigações.
“Vamos buscar agora a motivação, os meios pelos quais praticou o crime e quais foram seus fins. A nossa preocupação era prendê-lo o mais rápido possível. Ele não poderia ficar solto. Tem que pagar pelo que fez”.
Arruda reforçou que, ao contrário do que dizia, Cleilton não era policial militar e nem da polícia civil. “A verdade é que ele tirou a vida de uma moça jovem, com uma vida pela frente e que ainda estava grávida”.
Se condenado, o suspeito vai responder pelos crimes de feminicídio, aborto e ocultação de cadáver.
Vídeo mostra prisão
Um vídeo que circula em grupos de WhatsApp mostra o momento da prisão de Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos. A prisão aconteceu na tarde desta quinta-feira pela Polícia Civil com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O suspeito estava seguindo para a delegacia de Alfredo Chaves, local onde o corpo da enfermeira foi encontrado, junto com um advogado quando o carro em que estava foi interceptado no Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Pelas imagens é possível ver Cleilton algemado e conduzido por um policial civil.
Histórico de Agressão
A enfermeira Íris Rocha, 30 anos, já tinha feito um boletim de ocorrência contra o ex-namorado, identificado como Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos, por agressão. O suspeito de assassiná-la foi preso na tarde desta quinta-feira, em Viana, quando seguia para Alfredo Chaves para se entregar à polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado em outubro do ano ado, Íris chegou a ter um relacionamento com o suspeito durante cinco meses. No momento da agressão, os dois estavam conversando normalmente quando foi agredida com um golpe conhecido como “mata-leão” pelo fato de ter omitido uma informação relacionada ao trabalho.

Após ser agredida, Íris contou à polícia que desmaiou e quando retomou os sentidos percebeu que estava com nariz sangrando e tossindo. A vítima declarou ainda que, após ser agredida, Cleilton pediu perdão. No trabalho, ela foi orientada a registrar a ocorrência.
Resposta rápida
A prisão do suspeito foi confirmada pelo governador do estado, Renato Casagrande, pelas redes sociais. “Resposta rápida e eficiente das nossas forças policiais comprovando que esse crime cruel, assim como qualquer crime, não será tolerado e será combatido com rigor’, afirmou Casagrande.
O rapaz foi preso em Viana por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) quando seguia com o advogado para o município de Alfredo Chaves, onde se apresentaria na delegacia do município. Ele é apontado como ex-namorado da vítima. Também, nesta quinta-feira, a polícia fez buscas no endereço onde o suspeito residia.
O que diz a Sesp
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) informa que o homem suspeito de matar a enfermeira Íris Rocha foi preso nesta quinta-feira (18), em uma ação conduzida pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia de Polícia (DP) de Alfredo Chaves. As diligências que culminaram na prisão tiveram a participação de diversas delegacias da PCES, da Subsecretaria de Inteligência da Sesp e de outras instituições, que trabalharam em conjunto.
A ocorrência está em andamento e informações adicionais serão divulgadas assim que possível. A possibilidade de realização de uma coletiva será divulgada ao longo do dia.
Crime
Familiares reconheceram nesta segunda-feira (15) o corpo da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos. Ela foi encontrada morta em uma estrada de chão em Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo, na última quinta-feira (11). De acordo com a polícia o corpo estava coberto de cal e havia duas marcas de tiros na região do peito.
A vítima estava grávida de 8 meses. O Boletim de Ocorrência da Polícia Militar diz que o corpo da enfermeira foi localizado por um policial que estava de folga, às margens da ES-383.
Ainda de acordo com a polícia, no local, havia cápsulas de pistola .40. O corpo foi levado para o SML de Cachoeiro de Itapemirim. Os familiares foram contatados nesta segunda-feira (15), pois no bolso da vítima havia um cartão bancário com o nome dela.
