Dia a dia
Escolas estaduais substituem refeições por lanches rápidos
No lugar das refeições estão sendo oferecidos lanches rápidos, compostos por biscoito e suco ou pão com leite com achocolatado
Os mais de 200 mil alunos da rede estadual de educação voltaram às aulas na semana ada. Além da manutenção do sistema híbrido de ensino – em que uma parte fica estudando em casa e outra na sala de aula – os alunos tiveram outra mudança no início de ano letivo. De acordo com informações do Sindicato dos Professores da Educação Pública no Espírito Santo (Sindiupes), a merenda escolar na forma de refeição não está sendo oferecida nas escolas nessa volta às aulas. No lugar, estão sendo oferecidos lanches rápidos, compostos por biscoito e suco ou pão com leite e achocolatado. Antes da pandemia, segundo o sindicato, nas escolas de ensino regular eram servidas refeições nos recreios de 9h30 e 15h30, e lanche apenas uma ou duas vezes por semana.
Para Idelbrando Paranhos, diretor do Sindiupes, o fato demonstra que as escolas não estão preparadas para o retorno às aulas presenciais. “A merenda para muitos estudantes é a principal refeição. O Sindiupes lamenta o quanto a Sedu tem se equivocado. Disseram que tudo estava preparado para o retorno de aulas com toda segurança em observação às orientações sanitárias. Se não tem merenda conforme acontecia antes da covid-19, significa motivo para o estado não ter retornado”, avalia.
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Já a Associação de Pais e Alunos do Espírito Santo (Assopaes) entende que o governo tem como um dos argumentos a segurança alimentar, mas mesmo assim vai notificar o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) para informar se o cardápio definido pelo órgão está sendo cumprido.
“A Sedu convenientemente reduz gastos com os insumos da educação e não abre as cozinhas, oferecendo apenas lanches frios aos alunos, alimentos de baixo valor proteico e nutricional de preparo rápido sem cozimento”, afirma.
A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) justifica que a oferta do lanche é uma das opções aceitas pelo Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). E destaca ainda que o contrato firmado em outubro de 2020 foi planejado para atendimento às unidades escolares, considerando o período de pandemia, visando a segurança dos alunos, comunidade escolar e terceirizados, diminuindo a manipulação dos alimentos.
Segundo a Sedu, a oferta de alimentação é realizada no horário de recreio, o que já era normalmente realizada. Na escola regular, a oferta é de cardápio lanche. Nas unidades de tempo integral (com 9h30 de aula), são ofertados dois lanches e uma refeição. E nas escolas de tempo integral com 7h de aula são oferecidos um lanche e uma refeição. Já a distribuição das cestas básicas às famílias durante a pandemia foi suspensa com a volta às aulas.
