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Dia a dia

Estado vai entregar cloroquina para município que quiser usar o remédio

Anúncio foi feito pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, durante pronunciamento na manhã deste sábado

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A Secretaria de Saúde (Sesa) vai ar a enviar remessas de cloroquina para os municípios que desejarem utilizar o medicamento no combate à covid-19. O anúncio foi feito na manhã deste sábado, pelo secretário de Saúde, Nésio Fernandes. Ele destacou que o estado nunca proibiu a utilização do remédio, mas está adotando novos protocolos para sua utilização.

Os municípios que pretenderem usar cloroquina devem seguir as recomendações expostas em comunicado distribuído pela Sesa nessa sexta-feira. Elas têm como base a orientação estabelecida pelo Ministério da Saúde. O texto do comunicado salienta a inexistência de comprovação de eficácia do uso do medicamento no tratamento da covid. Mas diante das regras baixadas pelo ministério, a secretaria faz uma série de recomendações para a adoção do remédio pelos municípios. “Orientamos aos municípios que queiram adotar o referido protocolo que publiquem ato istrativo específico para normatizar seu uso, com as devidas orientações sobre as contraindicações, os eventos adversos, a garantia de monitoramento cardíaco, quando indicado, para que, não obstante a autorização do Conselho Federal de Medicina, os profissionais médicos sejam protegidos de possíveis reponsabilizações cíveis e criminais caso ocorram eventos adversos com o uso do medicamento”, diz a nota. Na prática, isso significa estabelecer uma série de procedimentos para os profissionais de saúde não serem processados caso o uso da cloroquina provoque reações adversas no paciente.

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No mesmo texto, a Secretaria da Saúde faz recomendações sobre como os municípios podem requerer o medicamento ao governo do estado.

O uso da coroquina é objeto de discussão desde o seu anúncio como possível cura para a covid-19, feita pelo presidente Donald Trump, há cerca de dois meses e meio. Ela tem defensores em vários países, mas os médicos e cientistas afirmam não existir nenhuma comprovação de sue eficácia no combate à doença. Após idas e vindas, a Organização Mundial da Saúde suspendeu todos os estudos com o remédio nesta semana. No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro trocou dois ministros da Saúde porque, entre outras questões, eles resistiram em adotar a cloroquina como medicamento recomendado no tratamento da covid-19. O atual ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, baixou protocolos para a utilização do medicamento na rede pública logo após tomar posse. Médicos tem relatado uma série de pressões por parte de pacientes e seus familiares para uso do remédio. A medida anunciada ontem pela Sesa se encaixa nesse quadro de autorização por parte do Ministério da Saúde e de pressão sofrida pelos profissionais na chamada linha de frente. Ou seja, os municípios podem adotar o remédio e contarão com o apoio do governo para isso, mas devem se organizar e resguardar os médicos de eventuais ações por conta dos eventuais efeitos nocivos do remédio.