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Dia a dia

Especialista fala sobre o impacto das novas tecnologias na formação infantojuvenil

Segundo Tânia Zagury, o ideal é não apresentar celular e tablet com internet antes dos 7 anos. O assunto será debatido no 9º Congresso Educacional das Escolas Particulares do Estado

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Tânia Zagury

Tânia Zagury, mestre em educação e escritora, fala sobre a influência das novas mídias na formação de crianças e jovens. O Assunto será debatido no
9º Congresso Educacional das Escolas Particulares do Espírito Santo. Foto: Divulgação

No mundo cada vez mais conectado e com a internet na palma da mão, disponível para crianças, a mestre em educação e escritora Tania Zagury faz um alerta para o uso do celular cada vez mais cedo, tanto pelo risco de dependência quanto pelo impacto no comportamento. Ela estará em Vitória na quinta-feira, dia 22, para falar sobre a influência das novas mídias na formação de crianças e jovens, no 9º Congresso Educacional das Escolas Particulares do Espírito Santo.

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Como vê as mídias sendo usadas cada vez mais cedo?
Elas estão entre os perigos que rondam nossos filhos. Um deles é essa exposição muito cedo a essas novas mídias, porque o ser humano acaba pecando pelo excesso, e uma coisa positiva acaba se transformando em algo perigoso pelo excesso de uso e pela forma como é feita, cada vez mais precoce. Os pais têm oferecido o celular com internet cada vez mais cedo para as crianças e assim cria-se uma necessidade que não existe, devido ao poder motivacional da web. Os pais entregam porque querem que o filho fique quieto. Assim começa a atender às necessidades dos pais, que acabam transformando as mídias em babás.

Quais as mídias que estão fortemente presentes na realidade das crianças e jovens atualmente?
É a internet em si, mas temos hoje cada vez mais instrumento para á-la, que são o tablet e o celular, além do computador.

Como elas influenciam na formação dessas crianças e jovens?
O uso desde cedo pode ter como consequência condutas inadequadas e desvios de comportamento, já que a internet é altamente motivacional e a criança fica muito interessada. Com isso, hoje estamos tendo na psiquiatria a classificação de novas doenças ligadas à questão da adição, que deriva do latim Addictus, que significa escravidão, dependência.

Quando oferecer?
O ideal é não apresentar celular e tablet com internet antes dos sete anos, pois quanto mais precoce, mais dependente pode se tornar. E mesmo depois de sete anos, o uso precisa ser supervisionado. O que acontece é que os pais que não são da área de educação não conseguem identificar mensagens subliminares apresentadas por alguns jogos. Existem aspectos de agressividade que podem ser imitados pelas crianças. Alguns heróis são muito violentos. Então, depois dessa idade, ainda é preciso dosar, como um remédio. Deixando uma vez por dia e por pouco tempo. Nem os adolescentes têm maturidade suficiente para usar.

Essas mídias vão influenciar as crianças e jovens na escolha de suas futuras profissões?
Tem também o lado bom das mídias e um deles é que hoje, pela internet, se tem o ao mundo profissional facilmente, vendo possibilidades mais concretas sobre o que ela pensa em fazer. Além disso, também é mais fácil comparar profissões e salários. Hoje é cada vez mais difícil levar um adolescente para mostrar um ambiente de trabalho de um médico ou advogado, por exemplo.

Quais os prós e contras dessa realidade nas salas de aula e na educação?
Na escola não tem problema nenhum. As aulas têm se tornado cada vez mais agradável e em termos de motivação é incrível, mas os professores têm de ser treinados para saber usar os recursos da web, lembrando da maturidade dos alunos.